Capacidades Dinâmicas em Organizações Sem Fins Lucrativos: Uma Proposta de mensuração para o terceiro setor

Abstract

RESUMOAlém da vantagem competitiva sustentada, a abordagem das Capacidades Dinâmicas tem sido empregada para explicação do desenvolvimento contínuo dos recursos e das capacidades organizacionais e sua relação com o desempenho organizacional (ZAHRA; SAPIENZA; DAVIDSSON, 2006;TONDOLO;BITENCOURT, 2014;). Este estudo tem como objetivo geral propor um instrumento de mensuração das Capacidades Dinâmicas para o contexto das organizações do Terceiro Setor. Para atender ao objetivo, foi desenvolvido um ensaio teórico, por meio de uma revisão de literatura baseando-se em Baumeister e Leary (1997) e Torraco (2005. Dessa forma, partiu-se dos estudos de Teece et al. (1997) e Wang e Ahmed (2007) como os norteadores para a compreensão das Capacidades Dinâmicas. Com vistas a ampliar entendimentos das dimensões das Capacidades Dinâmicas, juntamente, com perspectiva do Terceiro Setor, foram realizadas buscas na base Spell para os estudos nacionais e na base Scopus para os estudos internacionais, nos meses de maio e julho de 2017. Como resultado, apresenta-se um instrumento de aplicação quantitativa composto por 32 questões distribuídas em 4 dimensões (capacidade adaptativa, capacidade absortiva, capacidade inovativa e capacidade mobilizadora). Desta forma, pretende-se contribuir com a pesquisa e a realidade gerencial das organizações do Terceiro Setor. INTRODUÇÃOAs Capacidades Dinâmicas se tornaram uma importante abordagem explicativa no campo da estratégia organizacional, dedicando-se primariamente ao fenômeno da vantagem competitiva. Teece, Pisano, e Shuen (1997) são os precursores, ao propor que a vantagem competitiva não se sustenta pela aquisição ou posse dos recursos, mas pelo contínuo desenvolvimento e renovação da base de recursos e de capacidades pelas organizações (Makadok, 2001). Dois domínios centrais se desenvolveram na abordagem das Capacidades Dinâmicas, um representado por Teece et al. (1997) e o outro por Eisenhardt e Martin (2000) (PETERAF; DI STEFANO;VERONA, 2013). No entanto, ambos os domínios compartilham a essência que as organizações devem estar em contínua adaptação e renovação da base de recursos e de capacidades.Desde então, além da vantagem competitiva sustentada, a abordagem das Capacidades Dinâmicas tem sido empregada para explicação do desenvolvimento contínuo dos recursos e das capacidades organizacionais e sua relação com o desempenho organizacional (TONDOLO; BITENCOURT, 2014;SAPIENZA;DAVIDSSON, 2006). Esse aspecto abre oportunidades para empregar a abordagem das Capacidades Dinâmicas em outros contextos organizacionais, entre eles o do Terceiro Setor.Na literatura da estratégia, a Orientação Empreendedora e o Dinamismo Ambiental são considerados como os principais antecedentes das Capacidades Dinâmicas (TONDOLO; BITENCOURT, 2014). Esses dois antecedentes destacam o papel do ambiente, competição por recursos e exploração de oportunidades como estimuladores das Capacidades Dinâmica nas organizações (BARRALES-MOLINA et al., 2010;EISENHARDT;MARTIN, 2000;TEECE, 2012;AHMED, 2007).Cabe destacar, que mes...