RESUMOO estudo objetivou investigar o cuidado de enfermagem a famílias de crianças com doença crônica hospitalizadas. Constitui-se de uma pesquisa exploratório-descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida em um hospital público do município de João Pessoa-PB com nove famílias no período de agosto a outubro de 2010, por meio de entrevista semiestruturada. Para a análise do material empírico foi empregada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Foi possível apreender duas ideias centrais: 1) o cuidado que recebemos da equipe de enfermagem durante a permanência no hospital tem sido o aconselhamento, o diálogo e a escuta; 2) o importante para os familiares é que cuidem do seu filho. O Discurso do Sujeito Coletivo evidenciou que alguns elementos estão presentes no cuidado de enfermagem às famílias, como o diálogo, aconselhamento e escuta, que são considerados relevantes para o fortalecimento de pessoas fragilizadas. Por outro lado, as famílias apresentam uma forte dimensão sociocultural na qual suas demandas são relegadas em favor do filho. A enfermagem deve ter sensibilidade para perceber que as famílias de crianças com doenças crônicas, mesmo que não exteriorizem a necessidade de cuidar, internamente estão clamando para serem atendidas em seus aspectos psicológicos, sociais e biológicos.Palavras-chave: Doença Crônica. Família. Enfermagem Pediátrica. Criança Hospitalizada.
INTRODUÇÃOA doença crônica na infância e seus vários significados para a criança e para a família podem desencadear conflitos tanto no âmbito externo (criança-família-sociedade) quanto no interno (criança), suscitando novas necessidades físicas, psicológicas e sociais (1) . A experiência de conviver com a hospitalização de crianças com doenças crônicas tende a alterar as relações sociais e familiares (2) , uma vez que o tratamento dessas doenças requer um tempo prolongado e cuidados constantes em relação à terapêutica e aos determinantes que possam agravar o estado de saúde da criança (1) . Desse modo, a rotina familiar é reestruturada a partir do estabelecimento de novas funções, sendo necessário construir estratégias que possibilitem restabelecer um novo equilíbrio familiar nesse processo (3) , pois a desestruturação familiar tanto pode ser temporária quanto prolongar-se por tempo imprevisível (4) . As mudanças ocorrem em curto período de tempo, exigindo da família uma mobilização rápida de sua capacidade de administrar a crise que vivencia (4) . O processo de hospitalização infantil repercute em todos os membros da família, pois ao vivenciar a doença da criança a família ingressa em um mundo novo, o mundo do hospital, cuja organização, dinâmica e lógica são muito diferentes do seu cotidiano, gerando medo, ansiedade e estresse (5) . Nesse contexto, uma das formas de a equipe de enfermagem contribuir para tornar o processo de hospitalização menos traumático é favorecer a permanência dos familiares no hospital e estimular seu envolvimento no processo saúde-doença-cuidado da criança. Ações dessa