Dedicado à leitura do livro Communication: A post-discipline (2019), do argentino Silvio Waisbord, o artigo sistematiza alguns impasses epistemológicos e geopolíticos da área da Comunicação. A intenção é cotejar as avaliações e o mapeamento de vertentes e problemas teóricos produzidos por Waisbord a certas percepções ou juízos metacientíficos feitos por pesquisadores brasileiros, ao longo dos últimos vinte anos, mais ou menos, a respeito da própria área em que atuam, reconhecendo aquilo que a povoa, suas limitações, sua diversidade incontornável e seus fundamentos disciplinares ou – como aqui se debate, com maior centralidade – “pós-disciplinares”. Publicações recentes de Sodré (2014) e Rüdiger (2022) – dentre outras, às quais se aponta de modo apenas ilustrativo – são tomadas como ponto de inflexão e paralelismos analíticos. Diante de dilemas recorrentes – isso é o que se conclui –, mais do que um ajuste terminológico-conceitual, faz-se necessário investir na produção de mapeamentos críticos transversais, multilocalizados, onde questões de ciência e questões geopolíticas se combinem e se fertilizem. Tal estratégia pode redundar, conforme sustentamos, numa renovação e/ou numa outra forma de abertura de um debate já bastante consolidado entre pesquisadores brasileiros.