2003
DOI: 10.1590/s0103-40142003000300022
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Cairu e a patologia da Revolução

Abstract: VISCONDE de Cairu é um autor bastante conhecido no campo das Ciên-cias Sociais e entre historiadores, notadamente por conta de seus escritos de cunho econômico e por sua atuação política, não apenas como deputado constituinte em 1823, mas como um dos idealizadores da abertura dos portos em 1808, ou ainda como um dos principais censores da corte. Como muitos de seus contemporâneos, formou-se numa Coimbra supostamente varrida dos resquícios da velha Escolástica, conectado portanto a muitas das mais modernas disc… Show more

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“…Segundo o historiador, nos anos de 1930, o adjetivo "inferior" fazia referência à posição subalterna na "hierarquia econômica, social, cultural ou étnica" (Idem, p. 174), esquecendo, no entanto, que Prado Jr. usava outras palavras para se referir a negros e índios: "bárbaro", "semibárbaro", "raça bastarda". Monteiro, 2003). Ladeando o devir-ocidental, estudado neste artigo, há os fantasmas de outros devires que devem ser constantemente exorcizados pela elite ilustrada brasileira.…”
Section: Notasunclassified
“…Segundo o historiador, nos anos de 1930, o adjetivo "inferior" fazia referência à posição subalterna na "hierarquia econômica, social, cultural ou étnica" (Idem, p. 174), esquecendo, no entanto, que Prado Jr. usava outras palavras para se referir a negros e índios: "bárbaro", "semibárbaro", "raça bastarda". Monteiro, 2003). Ladeando o devir-ocidental, estudado neste artigo, há os fantasmas de outros devires que devem ser constantemente exorcizados pela elite ilustrada brasileira.…”
Section: Notasunclassified
“…(Lisboa, 1998, p.198) Buscam-se aí os liames capazes de atar o corpo coletivo, e o desmembramento do corpo, na imaginação de Cairu, é a metáfora da própria Revolução. É interessante que a Revolução (um monstro bicéfalo, a atear fogo tanto à França dos jacobinos quanto ao Haiti de Toussaint Louverture) seja figurada, em certo momento da Constituição moral, como uma explosão de átomos, ensejando metáforas orgânicas e médicas de correção e reorganização do corpo (político) mutilado (Monteiro, 2003).Retomemos a última frase de Cairu: "o termo moral envolve algum sentimento tão compreensivo e universal que se estenda às mais remotas nações, como objetos de estima ou censura, conforme se ajustam ou repugnam a alguma estabelecida regra de Direito". Um leitor consciencioso fará algumas perguntas: que fazem essas "remotas nações" no discurso de Cairu, quais são elas, onde ficam?…”
unclassified
“…(Lisboa, 1998, p.198) Buscam-se aí os liames capazes de atar o corpo coletivo, e o desmembramento do corpo, na imaginação de Cairu, é a metáfora da própria Revolução. É interessante que a Revolução (um monstro bicéfalo, a atear fogo tanto à França dos jacobinos quanto ao Haiti de Toussaint Louverture) seja figurada, em certo momento da Constituição moral, como uma explosão de átomos, ensejando metáforas orgânicas e médicas de correção e reorganização do corpo (político) mutilado (Monteiro, 2003).…”
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