Introdução: o kitesurfing é um esporte aquático em que o praticante utiliza a força do vento para deslizar-se com uma prancha sobre a água por meio de uma pipa controlável, estando o indivíduo sujeito a impactos, rápidas distensões e atividades excêntricas que podem causar danos musculoesqueléticos e oxidativos. Objetivo: revisar na literatura os mecanismos envolvidos na lesão em praticantes de kitesurfing e o papel desempenhado pela creatine kinase (CK) como marcadora de lesão esportiva. Materiais e métodos: trata-se de uma revisão narrativa onde foram incluídos trabalhos científicos publicados entre 1984 a 2011, a partir de buscas feitas nos idiomas inglês, português e alemão, das bases de dados do PubMed, Bireme, SciELO e Google Acadêmico com a combinação de palavras-chave. Foram encontrados 254 trabalhos e selecionados 72. Resultados: poucos trabalhos específicos sobre o kitesurfing foram encontrados, totalizando seis; destes, cinco estiveram preocupados em analisar a apenas a incidência das lesões e somente um os aspectos fisiológicos do esporte em referência. Neste sentido, nenhum trabalho esteve preocupado em analisar os mecanismos de geração de lesão e sua repercussão no nível tecidual e bioquímico. Conclusão: os níveis sanguíneos da CK, bem como seu comportamento ao longo do tempo, podem variar em função do tipo e da intensidade do exercício realizado. A quantidade de musculatura recrutada, a característica da contração muscular e a intensidade influenciarão na extensão e na gravidade da lesão. Neste sentido, o kitesurfing torna-se um interessante modelo para o estudo do comportamento das enzimas marcadoras de lesão muscular.