SILVA, J. R. da; RIBEIRO, M. G.; ORLANDINI, C. F.; LADEIA, A. L.; RIBEIRO, L. V. P.; MEIRELLES, G. P.; BAR-RETO FILHO, J. R. C. Cesariana em égua -relato de caso. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 17, n. 2, p. 131-137, abr./jun. 2014.
RESUMO:O termo distocia refere-se ao trabalho de parto anormal, e a espécie equina possui baixa incidência em relação às outras espécies. Quando diagnosticada, a correção da estática fetal por meio de manobras obstétricas é o primeiro método sugerido, porém quando não efetiva, a retirada cirúrgica pode ser indicada. A cesariana classifica-se em cesariana de emergência, de semiemergência e semieletiva, sendo que diferentes acessos à cavidade podem ser utilizados para esse procedimento. Descreve-se um caso de cesariana em uma égua de seis anos de idade que apresentava distocia há mais de doze horas e após tentativa sem sucesso de reposicionamento fetal, o animal foi encaminhado à cirurgia. Não houve intercorrências na recuperação anestésica e curativo local foi feito diariamente, juntamente com aplicação de antibióticos e anti-inflamatórios não esteroidais. Devido à hemorragia uterina que o animal passou a apresentar no terceiro dia de pós-operatório foi realizada transfusão sanguínea, administração de antifibrinolítico hemostático e estimulante de células vermelhas. No 17º dia pós--cirúrgico a égua recebeu alta e após cinco meses da data de cirurgia, por meio de ultrassonografia transretal, constatou-se que a égua apresentava um folículo de 37 milímetros no ovário direito. Conclui-se com esse relato que a cesariana em éguas é aplicada com sucesso nos casos de distocia, porém mais trabalhos, maior número de estudos e relatos sobre esse tema precisam ser feitos para que se possa estipular a taxa de sucesso deste procedimento nesta espécie e também a taxa de fertilidade futura das éguas. PALAVRAS-CHAVE: Cirurgia. Cesárea. Distocia. Potro.
CESAREAN SURGERY IN MARES -A CASE STUDYABSTRACT: Dystocia is a term referred to an abnormal labor with relatively low incidence in horses. When diagnosed, the first suggested procedure is the correction of the fetal position through obstetric maneuvers. However, when these are not effective, a cesarean section surgery may be indicated. This surgery can be classified as an emergency c-section, semi-emergency c-section or semi-elective c-section, with different approaches to the cavity being performed. A 6-year-old Mangalarga Marchador mare presented dystocia for more than 12 hours, rupture of the corioalantoid membrane and fetal appendages insinuated into the rima vulvae. After unsuccessful fetal repositioning, the animal was submitted to a c-section with median--line incision, uterine exteriorization, uterine incision and removal of the dead fetus. There were no complications during anesthesia or recovery. Bandages were daily changed, and antibiotics and nonsteroidal anti-inflammatory drugs were also administered. Due to a uterine hemorrhage three days after surgery, the animal received blood transfusion, antifibrinolytic drugs and red bloo...