O processo de expansão da fronteira agrícola nos cerrados brasileiros tem sido potencializado pelo atrativo preço das terras, por infraestruturas e por incentivos estatais criados para difusão dos negócios agropecuários, além das condições naturais favoráveis. Nesse sentido, a recente dinâmica produtiva e extrativista do solo e dos recursos naturais coloca em risco a água, um elemento fundamental para a vida humana. Nesse trabalho, foi analisado a infraestrutura fundiária dos municípios que compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Uruçuí-Preto, utilizando as bases cadastrais públicas do Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) e do Sistema Nacional de Certificação de Imóveis Rurais (SNCI). Estes municípios possuem elevada produção de commodities agrícolas visando a exportação, sobretudo soja. Como resultados, destaca-se que o município de Uruçuí, reconhecido na literatura como pioneiro em atrair empresas de agronegócios, possui 30,79% do total da quantidade de imóveis definidos como pequena e medias propriedades, enquanto municípios como Santa Filomena e Baixa Grande do Ribeiro apresentam 85,47% e 82,92%, respectivamente. Os resultados ressaltam, ainda, o potencial agrícola produtivo desses municípios, ao tempo que evidencia a concentração fundiária de terras nessa região.