Este estudo teve por objetivo analisar as táticas e estratégias mobilizadas por pesquisadoras negras da área da Administração no Brasil para ocupar espaços em instituições federais de ensino superior. Partimos da perspectiva do cotidiano de Michel Certeau e das contribuições da abordagem da interseccionalidade, que juntas, permitirão compreender como estes dispositivos significados de poder de gênero, raça e classe atravessam a existência dessas pesquisadoras e afetam e são afetadas pelas suas táticas e estratégias cotidianas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva que envolveu entrevistas em profundidade analisadas sob a abordagem da análise francesa do discurso. Os principais resultados apontam que, apesar de todas dificuldades e obstáculos, as mulheres negras têm ocupado um espaço próprio dentro da academia e dos estudos em Administração, a partir do qual suas táticas se modificam para funcionar dentro das fissuras de novas dinâmicas de poder, causadas a partir de dispositivos de poder socialmente construídos.