Bioprospecção de rizobactérias para o controle in vitro de Pyricularia grisea, tratamento de sementes e promoção de crescimento de plântulas de arroz

Abstract

Objetivou-se, com esse estudo, isolar e selecionar rizobactérias autóctones de arroz, com potencial para o controle in vitro de Pyricularia grisea, para o controle de fungos veiculados por sementes e para a promoção de crescimento em plântulas de arroz. Para isso, foram isoladas 18 rizobactérias autóctones de arroz, as quais foram submetidas ao teste de antibiose in vitro, em que se avaliou o índice de velocidade de crescimento micelial e o percentual de inibição de crescimento micelial. No tratamento de sementes com rizobactérias, as sementes foram bacterizadas e, posteriormente, avaliou-se a qualidade sanitária (incidência de fungos), a qualidade fisiológica (vigor, germinação e índice de velocidade de germinação de sementes) e a promoção de crescimento das plântulas. No teste de antibiose, todos os isolados apresentaram potencial de antagonismo frente à P. grisea. Houve melhorias na qualidade sanitária das sementes de arroz. Contudo, os isolados não apresentaram efeito positivo sobre a qualidade fisiológica das sementes. Três isolados induziram os maiores incrementos de parte aérea e raiz de plântulas de arroz na promoção de crescimento. Assim, conclui-se que as rizobactérias testadas apresentaram potencial de controle in vitro de fungos, em especial a P. grisea, e também para promoção de crescimento de plântulas de arroz.

Rizobactérias no controle de Sclerotinia sclerotiorum, e efeitos no desenvolvimento vegetativo de plântulas de soja

“…Desses, os isolados I1, U4, M6, U13 e M8, foram os mais eficazes, apresentando reduções do crescimento micelial do patógeno em torno de 89,1, 70,9, 70,6, 66,0 e 64,2%, respectivamente (Tabela 1). Vários trabalhos têm demonstrado o potencial de rizobactérias no controle in vitro de fungos como Pyricularia grisea (PINHO et al, 2019), Fusarium subglutinans, Curvularia lunata e Bipolaris spp. (BRAGA JUNIOR et al, 2017), Fusarium solani e Sclerotinia sclerotiorum (DURÉ et al, 2018).…”

“…Shiomi et al (2017), também verificaram que ao confrontar bactérias benéficas com S. sclerotiorum, em condições in vitro, três isolados inibiram o crescimento micelial do patógeno entre 31,0 e 46,0%. Isso possivelmente ocorre porque a ação de bactérias benéficas sobre patógenos ocorre por diferentes mecanismos de controle biológico, como a síntese de compostos voláteis, metabólitos secundários, ácido cianídrico e antibióticos, que podem atuar sobre o patógeno de forma isolada ou em conjunto, e tais mecanismos têm demonstrado eficiência em inibir o crescimento de fungos fitopatogênicos em condições in vitro (LIMA et al, 2014;PINHO et al, 2019).…”

“…Para fins de identificação, foi realizada a caracterização morfológica dos isolados, através da observação da coloração, forma, superfície (lisa ou rugosa) e brilho (brilhante, opaca ou translúcida) da colônia e alteração da cor do meio (PINHO et al, 2019). Procedeu-se também ao teste de Gram, através da solubilidade da parede celular da bactéria em Hidróxido de Potássio 3% (KOH-3%) (RYU, 1938).…”

“…Os dados obtidos foram utilizados no cálculo do IVCM, através da fórmula: IVCM = Σ (D-Da)/N, onde IVCM = índice de velocidade de crescimento micelial; D = diâmetro médio atual da colônia; Da = diâmetro médio da colônia do dia anterior; N = número de dias após a inoculação (MAIA et al, 2011). Já o percentual de inibição de crescimento micelial foi calculado pela fórmula % inibição = 100 -(CM x 100/T); CM = diâmetro da colônia; T = diâmetro da colônia do tratamento controle (PINHO et al, 2019).…”

“…Para o tratamento, inicialmente, os isolados foram crescidos em meio 523, a 28 °C por 24 h, e em seguida, postos em suspensão. O preparo das suspensões constou da adição de solução salina de NaCl 0,85% às colônias, que foram então raspadas com alça de Drigalski, até a obtenção de uma suspensão homogênea de células e ajustadas em espectrofotômetro para OD 540 =0,5 (PINHO et al, 2019).…”