Benefícios da Hipodermóclise na Clínica Paliativa de Pacientes com Câncer: Relato de Caso

Abstract

Introdução: A hipodermóclise é uma via de infusão em pacientes com câncer nos casos em que os acessos oral e endovenoso não estão disponíveis. Considerando a sua utilidade no controle dos sintomas no final de vida, faz-se importante ampliar o conhecimento e a divulgação das experiências quanto aos seus benefícios. Relato de caso: Trata-se de dois relatos de caso de pacientes com câncer, nos quais a hipodermóclise foi utilizada para administração de medicamentos. Conclusão: Essa prática apresentou-se como uma via segura, minimamente invasiva e eficaz no tratamento sintomático dos pacientes com câncer em cuidados paliativos.

Hipodermóclise em pacientes com câncer em cuidados paliativos

“…9,12,14,18 Pacientes em cuidados paliativos comumente necessitam de hospitalização para o controle da dor, náuseas e vômitos, dispneia e outros sintomas provenientes da doença e que interferem no conforto e qualidade de vida, conforme se observou no presente estudo. A via oral, embora seja a opção inicial para tratamento, nem sempre está disponível pelas condições clínicas do paciente, o que justifica a escolha da hipodermóclise, 3,8,11,14,[18][19] corroborando com os achados.…”

“…No presente estudo, as medicações mais utilizadas pela via subcutânea foram morfina e metoclopramida, respectivamente, o que vem ao encontro dos principais sintomas apresentados pelos pacientes participantes da pesquisa. Estudos 8,[20][21][22] apontam que a morfina, um analgésico opióide, é o fármaco de escolha para o controle da dor e dispneia, apresentando ação benéfica no alívio destes sintomas em cuidados paliativos.…”

“…[5][6][7] As situações em que comumente utiliza-se a via subcutânea relacionam-se ao comprometimento da via oral por disfagia, vômitos incoercíveis e obstrução gastrintestinal, prejuízo cognitivo por agitação e desorientação, rede endovenosa inacessível por caquexia, desidratação e agentes esclerosantes. 1,[7][8][9] No Brasil, os serviços de cuidados paliativos têm seu desenvolvimento desde o final da década de 1990, quando o Instituto Nacional de Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, inaugurou em 1998 o hospital Unidade IV, exclusivamente dedicado aos Cuidados Paliativos.…”

“…[10][11][12][13] O Instituto Nacional de Câncer emprega a hipodermóclise desde 1999 e em 2009 publicou o manual de terapia subcutânea, validando a terapêutica como um método acessível e bem tolerado pelos pacientes, com poucos efeitos adversos, de baixo custo e fácil manipulação, o que favorece a continuidade no ambiente domiciliar por um cuidador capacitado pela equipe multiprofissional. [2][3][6][7][11][12] Estudos recentes 2,4,8,12,14 Os locais utilizados para hipodermóclise foram os indicados pela literatura como região anterior do tórax e escapular, quadrantes abdominais, laterais das coxas e região do deltóide.…”

“…Para amenizar o dano ao tecido, foi realizado rodízio dos locais de punção, mantendo uma distância de cinco centímetros do último sítio puncionado conforme determina a literatura. [3][4][7][8][11][12] A coleta de dados foi realizada diariamente com o preenchimento de um instrumento pelos enfermeiros previamente capacitados, que contemplava 11 questões objetivas e de escolha múltipla, relacionadas à caracterização do paciente, indicação para hipodermóclise, medicações utilizadas, sítio de punção, tempo de permanência do cateter, reações adversas e motivo de retirada. Esse instrumento foi construído pelos pesquisadores e testado previamente por meio de um piloto para avaliar a sua adequabilidade.…”