Barreiras e facilitadores à comunicação no atendimento de pessoas com deficiência sensorial na atenção primária à saúde: estudo multinível

Abstract

RESUMO: Objetivo: Barreiras à comunicação são principais dificultadores do acesso de pessoas com deficiência sensorial (visual e auditiva) aos serviços de saúde. Os objetivos do estudo foram analisar a prevalência e os fatores associados à presença de facilitadores à comunicação nas unidades básicas de saúde no Brasil. Métodos: Estudo transversal multinível sobre dados de 38.811 unidades de saúde de 5.543 municípios, entre 2012 e 2013, coletados no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Desfecho criado agrupando facilitadores à comunicação (material em relevo/braille; recurso auditivo; comunicação visual; listagem acessível de ações do serviço; profissional para acolhimento de usuário com deficiência sensorial). As variáveis de exposição do nível I (contextuais) foram: macrorregião, porte populacional e produto interno bruto (PIB) per capita. No nível II, (serviço) foram: equipe ampliada; modelo de atenção; turnos de atendimento; sala de acolhimento; divulgação do horário de atendimento; presença de facilitadores ao acesso físico. Utilizou-se regressão de Poisson multinível com modelagem hierárquica em dois estágios. Resultados: A presença dos facilitadores à comunicação é pequena nas unidades de saúde (32,1%), sendo mais frequentes nas unidades localizadas nos municípios com maior PIB (razão de prevalência - RP = 1,02, intervalo de confiança de 95% - IC95% 0,92 - 1,12) e porte populacional (RP = 1,25, IC95% 1,02 - 1,52). Conclusão: Ter profissional para acolhimento é o principal facilitador ao acesso e deve ser foco de ações para melhorar a atenção à saúde das pessoas com deficiência. Faz-se necessário promover acesso universal, com adequação de serviços, remoção de barreiras à comunicação e estímulo ao acolhimento do usuário.

Avaliação de motéis e pousadas em relação à acessibilidade para pessoas com deficiência ou restrição de mobilidade

“…Nesses casos, é imprescindível a disposição de formas alternativas, recursos adaptados e/ou capacitação\treinamento dos profissionais atendentes, objetivando reduzir as barreiras na comunicação desses usuários. Todavia, tal resultado já era esperado, ao considerar que alguns facilitadores podem gerar maiores custos e logística para os estabelecimentos e não atingir grande parte dos usuários, pois há diferenças entre as pessoas com mesmo tipo de deficiência sensorial, tanto por preferências quanto por limitações e capacidades individuais, ou seja, nem toda pessoa com deficiência auditiva utiliza a LIBRAS para se comunicar, assim como não são todos os cegos que utilizam o braille (Condessa et al, 2020;Rey-Galindo et al, 2020). Algumas estratégias de acessibilidade de baixo custo podem ser percebidas para PCD sensoriais como os recursos de audiodescrição implementados em hotéis para melhorar a experiência de deficientes visuais, em conjunto com uso de braille e capacitação dos profissionais dos estabelecimentos para atender a esse público (Santos, 2015).…”

Facilitadores do acesso da pessoa com deficiência aos serviços de saúde: revisão de escopo

“…27 No Brasil, um estudo realizado entre 2012 e 2013 indicou que ter um profissional preparado para o acolhimento foi considerado o principal facilitador para o acesso aos serviços de saúde. 75 A interação entre os vários facilitadores é necessária para propiciar um ambiente de saúde adequado para as PcDs, como programas de apoio, 15,26,53,54,56 capacidade de estabelecer relacionamentos positivos no ambiente de cuidados de saúde, instituições de saúde com maior exposição às pessoas com deficiência e melhor equipadas para atender às necessidades dos pacientes, 53 disponibilidade de informações gerais sobre os serviços prestados 28 e programas de capacitação dos profissionais de saúde. 25,57 Tais achados estão de acordo com o estudo de Condessa et al 75 que apresentou como facilitadores ter um local adequado para acolhimento, incluindo o apoio de psicólogos e assistente social, e a publicação dos horários de atendimento, além de informações sobre os serviços oferecidos pelas equipes e investimentos na qualificação dos recursos humanos já existentes nos serviços de saúde.…”

“…Uma estratégia que pode facilitar a redução de desigualdades na prestação de serviços de saúde é considerar as necessidades individuais e as realidades locorregionais ao decidir sobre a aplicação de recursos. 75 Refletindo sobre questões de equidade, o acesso deve considerar a alocação de recursos em relação às necessidades sociais e de saúde. O cuidado que um indivíduo recebe está associado às características demográficas, sociais e econômicas da família e do ambiente em que está inserido.…”

Salud sexual y reproductiva en tiempos del COVID-19: accesibilidad de mujeres sordas y con discapacidad auditiva

“…Las personas con discapacidad tienen dificultades específicas para acceder a los servicios, entre ellas, el requerimiento de contar de información en formato accesible 3 . En particular, la comunicación a través de lengua de señas es crítica para que el mensaje entregado llegue a una porción importante de la comunidad Sorda, quienes de acuerdo con la literatura, presentan menores índices de alfabetización en salud, poco acceso a prevención y mayores barreras en la comunicación para acceder a servicios sanitarios que la población general [4][5][6] . En esta materia, el Comité de Naciones Unidas sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad exhortó a las autoridades internacionales a tomar medidas para responder adecuadamente durante la pandemia, que aseguren la inclusión y la participación efectiva de las personas con discapacidad, es decir, no permitir la discriminación 7 .…”