Avanços na assistência ao parto no Brasil: resultados preliminares de dois estudos avaliativos

Abstract

Resumo: Este artigo tem como objetivo descrever os primeiros resultados de dois estudos avaliativos, um sobre a Rede Cegonha e outro sobre o projeto Parto Adequado, denominados, respectivamente, de avaliação da Rede Cegonha e Nascer Saudável, e identificar possíveis melhorias em comparação ao estudo Nascer no Brasil. Ambos os estudos têm desenho seccional, realizados em 2017. O estudo avaliação da Rede Cegonha incluiu todas as 606 maternidades públicas e mistas envolvidas na Rede Cegonha e um total de 10.675 puérperas. O estudo Nascer Saudável incluiu uma amostra de conveniência de 12 hospitais da rede privada e um total de 4.798 mulheres. Os indicadores de atenção ao parto e nascimento avaliados foram: presença de acompanhante, atendimento por enfermeira obstétrica, preenchimento de partograma, uso de métodos não farmacológicos, deambulação, alimentação, uso de cateter venoso periférico, analgesia, posição da mulher para o parto, episiotomia e manobra de Kristeler. Esses indicadores foram comparados aos encontrados no Nascer no Brasil, estudo de base nacional realizado em 2011-2012, antes do início dos dois programas de intervenção. Para as comparações utilizamos o teste do qui-quadrado para amostras independentes e nível de 95% de confiança. Houve um aumento significativo do número de mulheres com acesso à tecnologia apropriada ao parto entre os anos de 2011 e 2017 e redução de práticas consideradas prejudiciais. No setor privado, observou-se também redução nas taxas de cesariana e aumento da idade gestacional ao nascer. Os resultados deste estudo mostram que políticas públicas bem conduzidas podem mudar o cenário da atenção ao parto e nascimento, promovendo a redução de desfechos maternos e neonatais negativos.

The training of obstetric physicians and nurses to change the obstetric model in Brazil: A view of the preceptors in the training process

“…Among the practices in use in health services, they mentioned the presence of companion, nonpharmacological methods of pain relief, breastfeeding in the first hour of life, skin-to-skin contact, timely cord clamping, and freedom of movement position, among other possibilities. This finding was consistent with the results of Côrtes et al [26] According to Leal, [27] the presence of nursing in childbirth care is associated with better results in obstetric clinical practice, with the use of non-pharmacological pain relief methods, reduction of unnecessary interventions, women's satisfaction with the care received and positive perinatal outcomes.…”

“…More than 50% of the respondents reported that they did were not aware of the existence of written norms guiding the practices of attention to natural childbirth, which corroborates the lack of definition in the team's work processes. For Leal, [27] the low implementation of clinical protocols is reported worldwide and may be associated with the characteristics of the clinical protocol itself, the healthcare professional, the patient, the external environment, among other causes.…”

Factors associated with the performance of episiotomy

“…According to a national study carried out with survey data from the Rede Cegonha evaluation, the proportion of episiotomy was 27.7% in public hospitals. However, data were self-reported by the parturient (9) . This procedure is performed in the Brazilian scenario in 27.7% of women in public institutions and 39.4% in the private sector (9) .…”

“…However, data were self-reported by the parturient (9) . This procedure is performed in the Brazilian scenario in 27.7% of women in public institutions and 39.4% in the private sector (9) .…”

Atuação do enfermeiro obstétrico na perspectiva das epistemologias do Sul

“…8 Although technological innovations have undeniable contributions, such as reduction of maternal and neonatal mortality, indication of cesarean childbirth in the face of obstetric and fetal emergencies, inappropriate use of technologies and unnecessary interventions without scientific evidence during childbirth, they are substantiated as iatrogenic behaviors that can harm the health of mothers and children. 9 Therefore, it is questioned the routine use of such procedures and, mainly, exploration/colonization of the female body as an object of intervention, without being allowed to experience childbirth according to their needs or enabling conditions of access to other forms of knowledge that provide qualification and humanization of care.…”