“…Obras como Quando Tudo se Desmorona funcionam, de certo modo, como contradiscursos, ou se preferimos, como contranarrativas etnográficas que elaboram o escrutínio dos questionáveis axiomas subjacentes às descrições antropológicas do ocidente, relativamente às culturas não ocidentais (idem: 41). Para o efeito, no seu romance, Achebe procede à re-leitura dos textos da história, revelando ligações entre os mesmos e o processo colonial, numa ótica "marginal", diferenciada daquela produzida a partir do centro, prestando, como diz Thomas Bonnici (2005), atenção às lacunas, às ironias e aos silêncios, bem como às metáforas do texto canónico. De facto, Achebe efetua uma releitura do texto canónico a partir do rastreio e da audição de várias histórias, fundamentalmente aquelas colocadas à margem da biblioteca oficial (Mata, 2012: 39).…”