Avaliação Do Sistema De Produção E Da Qualidade Microbiológica Dos Méis Coletados No Município De Sinop, Mato Grosso, Brasil

Abstract

ResumoO mel, substância de alto valor energético e nutricional, faz parte dos hábitos alimentares mundiais, sendo seu consumo in natura relacionado a várias propriedades benéficas para a saúde. Contudo, durante o sistema de produção, suas características microbiológicas podem ser alteradas por diversas fontes de contaminação, comprometendo sua qualidade. Assim, objetivouse neste estudo avaliar o sistema de produção e a qualidade microbiológica de méis do município de Sinop, Mato Grosso, Brasil. Este foi realizado em dez apiários sem nenhum tipo de selo de autorização para sua comercialização. Uma checklist sobre as boas práticas de fabricação foi aplicada. Amostras dos méis beneficiados foram coletadas para a determinação da presença de coliformes totais. Observou-se uma série de inadequações nos apiários, como: presença de animais domésticos nas proximidades (100%); entrada proibida de pessoas na área de manipulação da casa do mel (90%); direcionamento incorreto da fumaça do fumegador no manejo da colmeia (80%); não utilização pelos manipuladores de uniformes brancos (100%), sempre limpos e de forma exclusiva (90%); inexistência de sistema de abastecimento ligado à rede pública (80%), dentre outras. Contudo, as amostras dos méis não indicaram a presença de coliformes totais, resultado que não atesta sua qualidade higienicossanitária e não isenta os apicultores em melhor se adequarem às boas práticas de fabricação. Portanto, a implantação de programas de controle da qualidade ao longo do sistema de produção e a determinação

Fábrica De Abelhas: Estudo De Caso Sobre Um Sistema De Criação De Abelhas Nativas Em Jardim Do Seridó-Rn

“…SILVA; SOUZA, 2010). Esta pode ser representada por bactérias esporuladas, bolores e leveduras; microrganismos que indicam a qualidade sanitária ou comercial; os que em produto alimentar não tratado termicamente podem se desenvolver e causar doenças e por fim os microrganismos capazes de causar doenças em abelhas (Paenibacillus larvae e Melissococcus plutonius) (GOIS et al, 2013;SILVA et al, 2015).…”

“…O teor elevado de sacarose significa, na maioria das vezes, uma colheita prematura do mel, isto é, um produto em que a sacarose ainda não foi totalmente transformada em glicose e frutose (ALVES et al, 2005;SODRÉ et al, 2007). Além disso, elevado teor de sacarose pode indicar que o mel sofreu algum tipo de adulteração (RICHTER et al, 2011) em função de edulcorantes (como açúcar de cana, açúcar refinado de beterraba, xarope de milho, frutose ou xarope de maltose) ou que as abelhas foram alimentadas com sacarose (SILVA et al, 2015).…”

Mel: Uma Jornada Na Qualidade

“…Para além destes componentes, o mel também é composto por água (10 a 20%) e outras substâncias como as proteínas, minerais (KHAN et al, 2018), aminoácidos, enzimas (amilase, peróxido de oxidase, catalase e fosforilase ácida) (KHAN et al, 2018;NASCIMENTO et al, 2020). Também são encontradas vitaminas, ácido pantotênico, ácidos orgânicos (MEO et al, 2017), pólen, assim como pequenas concentrações de fungos e leveduras (SILVA et al, 2015;SOUSA et al, 2016), dentre outras partículas sólidas resultantes do processo de obtenção do mel (CODEX, 2001), como também, compostos fenólicos favorecendo atividade antimicrobiana (ALVAREZ et al, 2010).…”

“…A porcentagem de dissacarídeos oscila entre 10 a 15% (KAMAL; KLEIN, 2011;KHAN et al, 2018), representados por sacarose, maltose, turanose, isomaltose, maltulose, trealose, nigerose e kojibiose e os trissacárideos por maltotriose, melezitoze e panose (KAMAL; KLEIN, 2011; KHAN et al, 2018;MEO et al, 2017). Dissacarídeos e trissacarídeos como sacarose e maltotriose são hidrolisados via enzimas para monossacarídeos (SILVA et al, 2015). Ressalta-se também que são encontradas pequenas quantidades de outros açúcares, aproximadamente 22 tipos (KAMAL; KLEIN, 2011;KHAN et al, 2018).…”

“…A sacarose é um dissacarídeo não redutor, resultante da união covalente de dois monossacarídeos por uma ligação O-glicosídica, a sua estabilidade frente à oxidação a torna uma molécula adequada para o armazenamento e o transporte de energia em plantas (NELSON;COX, 2014). A sacarose é constituída por uma molécula de frutose ligada à glicose por uma ligação α-1-4 ao ser hidrolisada pela enzima invertase da origem a uma mistura equimolar de hexoses (SILVA et al, 2015).…”