1 Correspondência: montiani@ufpr.br RESUMO: Atrofia progressiva de retina (APR) é o termo utilizado para generalizar uma variedade de condições hereditárias que causam distrofia ou degeneração retiniana em animais. Em gatos, doenças oculares hereditárias, tais como a APR, são incomuns quando comparadas às suas frequências em cães. O caso a ser relatado é de uma gata sem raça definida, 11 anos, que apresentou sinais clínicos muito semelhantes aos de Atrofia Progressiva de Retina. A paciente apresentava, também, histórico pregresso de tratamento intenso com antibioticoterapia no seu primeiro ano de vida. A Retinopatia Tóxica induzida pelo uso indiscriminado de enrofloxacina em gatos é um dos diagnósticos diferenciais de APR. O caso relatado se torna atípico por se tratar de uma gata sem raça definida, já que a Atrofia Progressiva de Retina é uma doença que, quando acomete gatos, fato este mais raro que em cães, geralmente acomete a raça Abssínio, Somali, Siamês e Persa. Apesar de o histórico da paciente não condizer com as características de uma retinopatia tóxica, não há como excluir completamente essa possibilidade, por mais que a droga tenha sido administrada há 10 anos, pois nos estágios finais da APR as alterações retinianas são semelhantes às de intoxicação por enrofloxacina. Para a confirmação definitiva do diagnóstico, seria necessário realizar um teste genético para a identificação do alelo responsável pela doença. Palavras-chave: gato, atrofia progressiva de retina, degeneração retiniana, retinopatia tóxica ABSTRACT:. Progressive Retinal Atrophy (PRA) is the term used to generalize a variety of conditions that cause inherited retinal dystrophy or retinal degeneration in animals. In cats, hereditary eye diseases such as PRA are uncommon compared to their frequencies in dogs. The case to be reported is a mongrel cat, 11, who showed clinical signs very similar to Progressive Retinal Atrophy. The patient had also past history of intense treatment with antibiotics in the first year of life. The Toxic retinopathy induced by the use indiscriminate of enrofloxacin in cats is one differential diagnoses for PRA. The reported case becomes atypical because the Retina Atrophy Progressive is a disease that, when it affects cats, a fact rarer than in dogs, usually affects the Abssínio breed, Somali, Siamese and Persian. In this case, the patient is a mongrel cat. Although the patient's history isn't compatible with toxic retinopathy, this possibility isn't ruled out completely, even if the drug was given 10 years ago, because the final stages of the PRA the retinal changes are similar to intoxication for enrofloxacin . So, for the final confirmation of the diagnosis would be necessary to carry out a genetic test for identification of the allele responsible for the disease.