Atendimento de pacientes com leishmaniose tegumentar americana: avaliação nos serviços de saúde de municípios do noroeste do Estado do Paraná, Brasil

Abstract

Avalia-se o atendimento ambulatorial oferecido aos pacientes com leishmaniose tegumentar americana, de 2001 a 2004, antes e após a descentralização, em municípios do noroeste do Estado do Paraná, Brasil. Foram analisados 229 prontuários de pacientes com leishmaniose tegumentar americana. Observou-se que no atendimento centralizado a avaliação clínica e os registros médicos foram mais completos e criteriosos; o tratamento iniciou-se mais prontamente; o acompanhamento do desfecho em 95% dos pacientes e em 100% dos casos tratados com duas séries de tratamento foi avaliado. Foram observados os critérios recomendados pelo Manual de Controle da Leishmaniose Tegumentar Americana. Após a descentralização, o rigor no atendimento aos pacientes diminuiu: 32% dos pacientes foram tratados com duas séries de antimoniato N-metil glucamina, sem observação dos critérios recomendados. Detectou-se que 72,6% do acompanhamento dos pacientes foi inadequado e 84% da avaliação clínica não foram realizadas. A falta de registro dos prontuários constituiu importante obstáculo para a avaliação das atividades. O presente estudo não evidenciou benefícios significativos com a descentralização.

Seventeen years of American cutaneous leishmaniasis in a Southern Brazilian municipality

“…Similar rates were reported by LIMA et al 9 In another study conducted between 1986 and 2006 in Paraná State, of 2660 patients with ACL, 1656 (62.31%) had skin or mucous membrane lesions. Of these, 97.9% acquired the infection in the Paraná State, and most were male (72.6%) 6 .…”

“…Recent studies show that after the decentralization of the Brazilian National Health System to the Basic Health Units, epidemiological data is still incomplete and there was no reduction of ACL cases, showing that there was no improvement of the quality of patient care 9 .…”

Epidemiologia da leishmaniose tegumentar americana no Estado do Acre, Amazônia brasileira

“…Verificou-se neste estudo que as mulheres estão cada vez mais sujeitas à aquisição da doença, quando se comparam os dois momentos do estudo. Populações cada vez mais jovens também estão em maior risco de adquirir a leishmaniose em todo o Acre, como também observado no Estado do Paraná 17,18 , embora se verifique considerável coeficiente de variação nas idades dos portadores de leishmaniose tegumentar americana. Outra constatação é a elevada freqüência de pacientes moradores em zonas urbanas, como os casos da microrregião de Rio Branco, bem como a evidência de maior e crescente ocorrência da leishmaniose em pessoas com ocupações não-rurais ou não-determinadas em todo o estado, principalmente a situação vista nas microrregiões de Tarauacá e de Sena Madureira, entre os dois períodos.…”

Leishmanioses: o conhecimento dos profissionais de saúde em área endêmica

“…Já foi demonstrado conhecimento pobre sobre a sintomatologia da doença, acompanhamento clínico inadequado na unidade de saúde com repercussão no sucesso do tratamento e ações impositivas em detrimento de uma abordagem dialógica de educação popular (8,(11)(12) . O fato do programa nacional de controle das leishmanioses não ter sido capaz de conter o avanço da doença pelo país traz questionamentos sobre o papel desempenhado pelos profissionais da saúde no âmbito institucional e reforça a hipótese de que seu conhecimento, apesar de imprescindível, seja incipiente para contribuir com o sucesso deste.…”