Aspectos Epidemiológicos, Clínicos E Evolutivos Da Aids Em Idosos No Norte Do Ceará

Abstract

Este estudo teve por objetivo identificar os aspectos epidemiológicos, clínicos e evolutivos de idosos com síndrome daimunodeficiência adquirida (aids) atendidos em um centro de referência sorológico em Sobral (CE). Sua amostra foi compostapor indivíduos com ≥ 59 anos com caso notificado de aids no Centro de Orientação e Atendimento Sorológico (Coas), de janeirode 2007 a dezembro de 2016. As informações foram coletadas em prontuários médicos e no Sistema Nacional de Agravos deNotificação (Sinan). Dos 72 prontuários selecionados, 61,11% eram de indivíduos do gênero masculino, 54,17% tinham entre 65 e74 anos, 31,94% estudaram até o Ensino Fundamental, 70,8% eram heterossexuais, 44,44% relataram prática sexual desprotegida,62,5% eram procedentes de outros municípios e 55,4% apresentavam contagem de linfócitos T CD4+ < 350 cel/mm3 no momento dodiagnóstico. Os principais sinais e sintomas que levaram os indivíduos a buscar o serviço de saúde, culminando com o diagnóstico,foram: perda de peso, diarreia, febre, leucoplasia pilosa e tosse persistente. Constatou-se a necessidade de intervenções voltadasà prevenção e à identificação de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST), para reduzir a incidência de casos de aids,tendo em vista sua elevada morbimortalidade na população idosa.

Perfil sociodemográfico e condições de saúde de pessoas idosas com vírus da imunodeficiência humana

“…Apesar desta tendência, inúmeros estudos trazem em seu perfil a maior prevalência de homens idosos com HIV/AIDS, embora os números estejam cada vez mais próximos (BRANDÃO et al, 2020;VIANA et al, 2017). Estudos que corroboram com os dados encontrados nesta pesquisa, as justificativas são pautadas no prolongamento da atividade sexual, em sua maioria através do sexo desprotegido, com múltiplas parceiras e nos estigmas relativos a busca do homem aos serviços de saúde (AGUIAR et al, 2020).…”

“…À vista disso, torna-se evidente a vida sexual ativa desta população, desprovida de atenção quanto ao comportamento sexual seguro, comprovada de igual modo, por meio dos dados deste estudo, em que a maioria das pessoas idosas declararam pratica de sexo e destes uma parcela significativa negou uso de preservativo. Estudiosos acerca do envelhecimento humano, inclinados ao aprofundamento em suas pesquisas acerca da sexualidade da pessoa idosa e vulnerabilidade ao contágio por infecções sexualmente transmissíveis tem testemunhado por meio dos dados que a etiologia deste elevado número de pessoas idosas convivendo com esta infecções ,a exemplo do HIV/AIDS, tem sido a exposição sexual, heterossexual e com baixa frequência de uso de preservativo, especialmente, quando se trata de parceiro fixo (DE CARVALHO et al, 2021;FERREIRA et al, 2019;SILVA et al, 2017).…”

Perfil clínico e epidemiológico de idosos portadores de HIV: Amostra da macrorregião de Patos de Minas, Minas Gerais

“…Quanto à escolaridade, Andrade et al (2017) e Viana et al (2017) afirmam que esse indicador tem grande influência sobre a transmissão do vírus HIV, devido, principalmente, à dificuldade de entendimento desses indivíduos acerca dos riscos e das formas de prevenção dessa infecção. Nessas pesquisas, a maior parte da amostra possuía menos do que quatro anos de estudo, o que corrobora com os dados encontrados.…”

“…Tratando-se da procedência, Viana et al (2017) identificaram um fenômeno de interiorização da infecção pelo vírus HIV, em que a maior parte dos casos era proveniente de locais distantes da cidade polo. No entanto, isso não pôde ser observado no presente estudo, na qual a maioria dos indivíduos eram oriundos de Patos de Minas, cidade que abriga o centro de referência de infecções sexualmente transmissíveis.…”

“…Sabe-se que inúmeras modificações podem acontecer no organismo nessa faixa etária, como a diminuição do número de linfócitos TCD4 + e TCD8 + e de sua capacidade funcional. (Viana et al, 2017;Roberson, 2018). Tais fatores fazem com que os idosos sejam mais suscetíveis às infecções sexualmente transmissíveis (IST's).…”