Asma E Hormônios Sexuais: Uma Revisão Sobre O Comportamento Da Asma Na Mulher

Abstract

INTRODUÇÃO: A asma é uma patologia de grande impacto na realidade brasileira, sendo responsável, em média, por 350.000 internações anualmente. Após a puberdade, ela se torna mais frequente no sexo feminino, sendo sua incidência, na mulher, maior nos anos reprodutivos. Na meia-idade, as mulheres têm cerca de duas vezes mais chances de apresentar a doença quando comparadas aos homens. Essa mudança no padrão epidemiológico coincide com variações hormonais, sugerindo uma possível influência dos hormônios sexuais na fisiopatologia e apresentação da asma, o que justificaria suas diferentes manifestações de acordo com as fases da vida da mulher.METODOLOGIA: Realização de revisão bibliográfica, por meio da busca nas bibliotecas virtuais PubMed, BVS e Scielo, no período de 2011 a 2021. Depois de aplicados critérios de exclusão, foram selecionados 40 artigos. OBJETIVO: Esta revisão objetiva definir o papel dos hormônios sexuais na patogênese da asma e analisar sua incidência e comportamento nas diferentes fases da vida da mulher.RESULTADOS: Segundo a literatura, há uma maior incidência de asma em mulheres com menarca precoce, provavelmente devido aos efeitos pró-inflamatórios do estrogênio e da progesterona, hormônios que têm níveis séricos aumentados na puberdade feminina. É relatado também que ocorrem variações rítmicas dos sintomas da asma de acordo com o ciclo menstrual. Nesse contexto, o uso de anticoncepcionais promove diminuição das quantidades endógenas de estrógeno e progesterona, sendo associado tanto ao declínio da sintomatologia quanto à piora da condição. Além disso, na menopausa há maior obstrução irreversível das vias aéreas, sendo a menopausa cirúrgica associada a um risco aumentado de aparecimento de asma. Ademais, o 17βestradiol aumenta em pacientes asmáticos na pós-menopausa. CONCLUSÃO: A saúde respiratória feminina sofre com a alternância hormonal e pode deteriorar de acordo com a fase da vida em que a mulher se encontra. Esse cenário justifica a necessidade de maior entendimento sobre a influência dos hormônios femininos na asma.