2019
DOI: 10.1590/1984-6487.sess.2019.33.05.a
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As parteiras tradicionais e a medicalização do parto na região rural do Amazonas

Abstract: Resumo Em comunidades rurais da Amazônia o saber partejar faz parte do domínio de algumas mulheres. No entanto, a ampliação do acesso à Saúde Pública aumentou a medicalização do parto, o que ressignifica o papel das parteiras. Este trabalho discute o papel das parteiras nesse contexto, as práticas e as técnicas tradicionais em uma região do Amazonas. O aprendizado do partejar acontece na adolescência e na juventude, as jovens são iniciadas no ofício acompanhando as parteiras mais velhas. Constatamos também que… Show more

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“…A base do cuidado advinha de seu conhecimento empírico e de suas experiências no atendimento às mulheres no ciclo gravídico-puerperal 8 . Assim, as parteiras acreditavam que seu ofício estava relacionado à complexidade que o parto exigia, envolvendo técnicas, práticas e rituais com atenção direcionada à parturiente e ao seu contexto familiar 9,14,15 . Neste escopo, extensivo aos cuidados domésticos e apoio comunitário.…”
Section: Discussionunclassified
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“…A base do cuidado advinha de seu conhecimento empírico e de suas experiências no atendimento às mulheres no ciclo gravídico-puerperal 8 . Assim, as parteiras acreditavam que seu ofício estava relacionado à complexidade que o parto exigia, envolvendo técnicas, práticas e rituais com atenção direcionada à parturiente e ao seu contexto familiar 9,14,15 . Neste escopo, extensivo aos cuidados domésticos e apoio comunitário.…”
Section: Discussionunclassified
“…As parteiras tinham práticas tais como: posição da criança na barriga; técnicas corporais para o parto seguro; medidas/tempo certo para a secção do cordão umbilical; uso de plantas medicinais no parto, puerpério e formas para nascer. Esse conhecimento tradicional circundava suas vidas e era advindo da sua experiência como mães e mulheres [15][16][17] . Assim, compartilhavam o saber-fazer entre as gerações de parteiras com diversidades de lógicas de assistência ao nascimento para além dos moldes da ciência de racionalidade instrumental 17 .…”
Section: Discussionunclassified
“…In many situations, it is their job to decide whether and when to refer pregnant women to hospitals in the nearest town. Especially in rural Amazonian communities, "they continue to be part of the network of caregivers, where more recently there has been interaction between traditional practices and scientific medical knowledge" [15]. It is impractical to accomplish the total medicalization of childbirth in such a large territory as Brazil, where there are communities that live in remote rural, sometimes forest, areas.…”
Section: Childbirth and Healthcare In Brazil: Now And Thenmentioning
confidence: 99%
“…Durocher and Ms. Tygna occupied in the family dynamics of childbirth had little resemblance to the place of the traditional midwife or "comadre." This word, borrowed from kinship terminology, suggests that the traditional midwife is part of a network of female solidarity involving "gift, kinship, affection" [15]. Since the moment of her graduation in 1834, the first midwife of Brazil had worn a gendered outfit to express an image of professionalism and differentiate herself from the domesticity of the "comadres."…”
Section: Medicalization Of Childbirth: Misogyny or Scientificism?mentioning
confidence: 99%
“…O nascimento, como evento fisiológico, familiar e social, está historicamente associado à arte de partejar, que tem base nas raízes de conhecimento e herança ancestral (Santos, 2016, Santos, 2019, é fruto de saberes e práticas majoritariamente desenvolvidos por mulheres, é mediado pela cultura, ligado a um território, com sistemas de crenças, valores e costumes de um determinado grupo. As parteiras se inserem nesse lugar do partejar pelo conhecimento transmitido oralmente por gerações, com assimilação de experiência, em que o ouvir e observar são acionados pela curiosidade ou pelas necessidades do contexto histórico-social e configuram suas práticas (Gomes, et al, 2016, Oliveira, Peralta & Sousa, 2019, Pereira, 2016, Cardoso & Nascimento, 2019.…”
Section: Introductionunclassified