No âmago dos debates que propõem discutir os efeitos das maquinações capitalistas sobre os territórios, estão sublinhados os desastres sociotecnológicos e ambientais que têm na estruturação sistêmica do capital sua principal origem. Não é incomum, apesar disso, que as análises dessas repercussões sejam desatentas aos reflexos intangíveis das imposições capitalistas ao redor do mundo. Neste artigo síntese da dissertação da autora, pretendemos identificar, a partir do rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Vale Mineração S.A., da Samarco Mineração S.A. e da BHP Billiton – ocorrido em 05 de novembro de 2015 em Mariana-MG –, os custos materiais e imateriais da sobrevalorização de um modelo econômico fadado à autodestruição. Para tanto, teremos na Paisagem da Destruição o parâmetro de análise que permitirá, por meio de seu amadurecimento conceitual, compreender as consequências de um desastre-crime que perdura ao longo do tempo contrastando com a retomada econômico-produtiva dos agentes mineradores nos territórios atingidos.