As Ingerências Governamentais E O Antídoto Freireano: Arquétipos De Resistência Em Tempos De Necroeducação

Abstract

Este artigo tem como objetivo promover a discussão e reflexão das ingerências governamentais no atual cenário brasileiro assolado em uma crise gerada pela COVID-19 que, no contexto educacional, tem restringido nosso fazer pedagógico e acentuado as desigualdades sociais entre os grupos invisibilizados. O estudo é norteado pelo conceito teórico-filosófico mbembeniano de necropolítica, ou seja, uma política centrada na produção da morte, cujo pressuposto consiste no poder de ditar quem pode viver e quem deve morrer. A necroeducação, nessa mesma direção, implica educação de forma precária, acesso restrito, infraestrutura inadequada, ausência de recursos básicos no processo ensino-aprendizagem e, sobretudo, a promoção do descrédito nas Ciências Humanas, nosso lugar de fala, o que perpetua o silenciamento e as injustiças em todas as suas instâncias. Diante do quadro apresentado, recorremos ao aporte freireano a fim de prospectar ações docentes emancipadoras e libertadoras como antídoto para coibir as inúmeras ingerências governamentais que ressaltam a necroeducação. Como se mostra, trata-se de um estudo bibliográfico enviesado pela ótica qualitativa para leitura e interpretação dos dados advindos da mídia. Neste trabalho, a interlocução teórica permite-nos dizer que a educação para a morte se distancia quando entendemos a educação como um ato político e libertador; quando desenvolvemos práticas educativas que possibilitam ao educando pensar criticamente sobre o seu papel agentivo na busca de superar situações-limite e, na perspectiva freireana, projetar transformações no contexto escolar e extensões mostrando a todos que é possível e viável criar algo juntos a partir do inédito.

Open, Distance, and Digital Education (ODDE) – An Equity View

“…In recent years a third order describes the effects of use. Access to appropriately affordable and suitable technology and connectivity remains a major barrier, one made visible during the pandemic, when students were sent home to learn in extremely uneven conditions (Estefogo et al, 2021; Mawazo Institute, 2020; Fig. 2).…”

“…Across and within countries, many were disadvantaged, having no access or devices, travelling great distances for connectivity, sharing devices and being very imaginative at developing strategies for access. There were challenges associated with every level of the digital as well as a continuum of digital literacies and capabilities (Czerniewicz et al, 2020;Estefogo et al, 2021;Green, Burrow, & Carvalho, 2020).…”

“…Despite the decades-long notion of networked learning and ongoing discussions by distance education scholarship about the blended future of education (especially in developed countries), in 2020 many reported that the pandemic brought about a major shift in education. After the "online pivot," a global view of a postdigital future emerged, shared by developed and developing countries alike, despite the latter's relatively limited access to technology (Estefogo, Fuga, & Vendramine-Zanella, 2021;Taimni, 2021;Jayakumar, 2021). Arguably, all future forms of education will have a blended or hybrid element; curriculum provision and course design will necessarily integrate digital technologies to a greater or lesser extent.…”

Health Harms to Marginalized Populations During the Pandemic of Covid-19: A Reality Arising From the Naturalization of Necropolitics

“…Destarte, a classe trabalhadora, acometida historicamente pelas ideações políticas que restringem direitos, foi afetada pela COVID-19, tanto pela crise econômica que se alastrava no país e que já era perceptível no ano anterior, como pela exposição direta destes grupos ao vírus. Ademais, a descredibilidade governamental atribuída ao distanciamento social representou um agravante à saúde dos indivíduos que ocupavam cargos laborais 3 .…”

“…Fonte: autoria própria Diante do contexto pandêmico, a necropolítica se fez presente, por exemplo, por meio de falas que menosprezaram o número de mortos, em que a autoridade máxima do governo brasileiro se isentou da sua responsabilidade social e sanitária, com discursos que incitavam a negligência da gravidade da COVID-193 .Ainda nessa perspectiva, a pandemia tornou ainda mais visível o quanto os ideais do sistema capitalista se sobrepuseram às reais necessidades de investimento em saúde pública, sobretudo, no que diz respeito aos cidadãos mais vulneráveis, os quais, não raro, são vistos Consoante a isso, as limitações encontradas no estudo referem-se ao reduzido número de artigos que associam os danos à saúde de pessoas marginalizadas com a necropolítica, o que repercute na dificuldade de discutir acerca do tema. Por outro lado, temse que este é um assunto recente, o qual necessita de mais pesquisas, como esta, com o fito de compreender o cenário pandêmico para além das questões puramente biológicas.CONCLUSÃOFica evidente, portanto, a gravidade da pandemia para o cotidiano brasileiro, principalmente para as populações marginalizadas.…”