Tal qual diz a canção: foi "metáfora pura" o princípio dessa aventura. Entre obras de arte e espelhos, o objeto de pesquisa, então se desenhou. Não sozinho, mas a muitas mãos. Porque quem começa, começa mesmo sem saber ao certo a trajetória pela qual vai navegar, com olhos que se desanuviam no caminho e são, também, desanuviados por outros. É por isso que, para findar, voltemos ao começo. O princípio mesmo, do cozido de frango e feijão com farinha, de pai e mãe que carregam com eles o valor ancestral que guia esse trabalho em seu interesse mais genuíno. Não fosse a possibilidade de questionar o mundo que vocês me deram, eu não seria eu, nós não seríamos a nossa família. Sou grata ao apoio de vocês e do Digo que, mesmo sem entender o que exatamente eu fiquei fazendo trancada no quarto todos esses finais de semana, aceitaram cada uma das escolhas que fiz para ser quem sou. Ao princípio ainda, agradeço à minha família amiga, meu conselho julgador que navega comigo pelo mar da vida. Pra sorrir, chorar, brigar. Não nos percamos pela vida, o que temos não tem preço. Ter amigas antirracistas, aliadas nas lutas todas que ser quem sou me obriga a travar. Obrigada, com vocês vou de mãos dadas! Aos coletivos todos dos quais fiz parte, enquanto militante socialista, na luta feminista e no enfrentamento radical ao racismo. Esse trabalho existe porque vocês atravessaram a minha vida e despertaram minha existência para que toda e qualquer "fazência", para que todo e qualquer "fazer" possuíssem o sentido mais profundo da libertação humana. Em especial ao Coletivo Negro da USP, que ao longo de dois anos mudou profundamente a minha leitura de mundo. Nada foi em vão. Às amigas-irmãs que essa luta me trouxe. Mayara Novais sem quem esse trabalho não chegaria ao fim, porque eu mesma não chegaria aos dias seguintes sem teu apoio nos piores dias; os sorrisos e lágrimas de nossa meninice são eternas memórias doces, um lugar compartilhado nesse mundo só com você. Obrigada por tudo! Você que revisou esse trabalho em todas as suas fases, empurrou para que ele saísse, ouviu as minhas reclamações, projetos de pesquisa e de vida, obrigada de novo! Nos encontramos, Má. Agradeço à Paula Nunes, minha irmã, sou porque somos e somos tão iguais. Chega ao fim o meu, em breve começa o seu. Vamos juntas pela vida! Agradeço às mulheres que compuseram comigo o Hub das Pretas. Descobrir nossa potência em movimento coletivo foi e é transformador. Às minhas amigas, destaco Dora Lia Gomes, Cibelle de Paula, Juliane Cintra e Mariana Boaventura, com quem aprendo todos os dias que podemos ser as melhores em todos os campos em que as mulheres negras estão apenas começando a chegar. Obrigada pela inspiração, pelas trocas afetuosas e pelas "duras", crescemos juntas e seguimos assim, porque só é possível assim. Que sejamos sempre a nossa cura. Ainda aqui, agradeço à Raquel Luanda que me ensina sempre a refletir sobre mim mesma, mas também a me perdoar pelas falhas; pela parceria, amiga. Também à Jéssica Tavares, minha jovem negra acadêmica periférica sapatão e trab...