Abstract:Resumo Este artigo objetiva tratar de dados de uma pesquisa recente acerca dos processos de legitimação de jovens artistas, em que se evidencia o perfil de artistas que vêm sendo selecionadxs por certames artísticos que contribuem para a construção e a legitimação de carreiras no campo da arte. Partindo da pergunta: artistas mulheres enfrentam presentemente os mesmos processos de exclusão de outrora, quando vivenciavam processos de invisibilidade de seu trabalho no campo da arte?, apresentam-se, portanto, os d… Show more
“…Com a pesquisa anterior (Marcondes, 2018(Marcondes, , 2021, pude constatar, ainda, que o gênero tem um papel no processo de legitimação na esfera das artes visuais, e não são poucas as autoras que vêm desvelando como as regras da sociedade envolvente, estruturadas em fortes bases machistas, retiraram as mulheres dos espaços de poder da arte, bem como colaboram com a elaboração de construções pejorativas e violentas contra mulheres (Nochlin, 1973;Simioni, 2002;Mayayo, 2003;Sofio, 2018;Gomes, 2019). Uma situação que parece vir sendo alterada ao longo das décadas (Marcondes, 2020), muito em virtude, creio, das ações feministas que têm questionado as regras da arte, chamando atenção para a desigualdade na legitimação de artistas homens e mulheres, como, por exemplo, as ações do coletivo Guerrilla Girls. Partindo desses entendimentos, passei a questionar se a racialidade, como o gênero, num país como o Brasil, teria um papel no processo de legitimação de artistas no universo da arte contemporânea.…”
Section: Arte Contemporânea Legitimação E Colonialidadeunclassified
Resumo Compreendendo os museus como espaços de preservação, divulgação e construção da memória, o acervo do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC/CE) foi tomado para análise. O objetivo da pesquisa era entender quem eram os(as/es) artistas cujas produções estéticas compunham o acervo da instituição em termos raciais e de gênero. A pesquisa entrecruzou, então, a sociologia da arte com a sociologia das relações étnico-raciais e a sociologia do gênero, com especial enfoque nas teorias feministas negras, tendo como questão de trabalho, portanto, a pergunta: qual o papel da racialidade e do gênero no processo de legitimação de artistas no campo da arte contemporânea brasileira? Este artigo descreve o processo de pesquisa e seus resultados (que incluem uma exposição realizada no MAC/CE), apresentando as ausências e presenças no acervo em questão. Apesar do senso comum tomar o universo das artes visuais como um espaço de liberdade, cujas regras seriam menos rígidas e discriminatórias, a pesquisa, que contou também com a aplicação de questionário com artistas do acervo, indica que os padrões estabelecidos na sociedade envolvente também se fazem presentes no mundo da arte.
“…Com a pesquisa anterior (Marcondes, 2018(Marcondes, , 2021, pude constatar, ainda, que o gênero tem um papel no processo de legitimação na esfera das artes visuais, e não são poucas as autoras que vêm desvelando como as regras da sociedade envolvente, estruturadas em fortes bases machistas, retiraram as mulheres dos espaços de poder da arte, bem como colaboram com a elaboração de construções pejorativas e violentas contra mulheres (Nochlin, 1973;Simioni, 2002;Mayayo, 2003;Sofio, 2018;Gomes, 2019). Uma situação que parece vir sendo alterada ao longo das décadas (Marcondes, 2020), muito em virtude, creio, das ações feministas que têm questionado as regras da arte, chamando atenção para a desigualdade na legitimação de artistas homens e mulheres, como, por exemplo, as ações do coletivo Guerrilla Girls. Partindo desses entendimentos, passei a questionar se a racialidade, como o gênero, num país como o Brasil, teria um papel no processo de legitimação de artistas no universo da arte contemporânea.…”
Section: Arte Contemporânea Legitimação E Colonialidadeunclassified
Resumo Compreendendo os museus como espaços de preservação, divulgação e construção da memória, o acervo do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC/CE) foi tomado para análise. O objetivo da pesquisa era entender quem eram os(as/es) artistas cujas produções estéticas compunham o acervo da instituição em termos raciais e de gênero. A pesquisa entrecruzou, então, a sociologia da arte com a sociologia das relações étnico-raciais e a sociologia do gênero, com especial enfoque nas teorias feministas negras, tendo como questão de trabalho, portanto, a pergunta: qual o papel da racialidade e do gênero no processo de legitimação de artistas no campo da arte contemporânea brasileira? Este artigo descreve o processo de pesquisa e seus resultados (que incluem uma exposição realizada no MAC/CE), apresentando as ausências e presenças no acervo em questão. Apesar do senso comum tomar o universo das artes visuais como um espaço de liberdade, cujas regras seriam menos rígidas e discriminatórias, a pesquisa, que contou também com a aplicação de questionário com artistas do acervo, indica que os padrões estabelecidos na sociedade envolvente também se fazem presentes no mundo da arte.
Com o advento da arte contemporânea, nos anos de 1960 e em diante, as regras que regem as condutas no sistema da arte foram alteradas, afetando e acolhendo linguagens artísticas emergentes de caráter não objetual; mudanças estas que parecem ter estabelecido novos processos de legitimação de carreiras artísticas. Essa hipótese orientou o escopo de análise em dois projetos de pesquisa sobre jovens artistas visuais da arte contemporânea no Brasil e no Uruguai. Este artigo se propõe a reunir e comparar os dados de ambas investigações a fim de: 1) tratar da importância de jovens artistas para o funcionamento do circuito artístico da arte contemporânea; 2) indicar as similaridades e diferenças acerca da construção de carreiras artísticas no Brasil e no Uruguai; 3) apresentar quem são os/as/xs jovens artistas de ambos contextos; e 4) compreender suas estratégias em busca de legitimação.
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