O arsênico inorgânico é incluído entre os constituintes normais do organismo humano. Kunke (cit. por Ecker & Kernohan 4 ) considera que, em sendo a quantidade de arsênico da ordem de microgramas em um órgão no seu todo, somente quantidades 100 a 1.000 vezes maiores têm valor significativo. Pesquisas por nós realizadas em espécimes de nervos periféricos de indivíduos sem afeceões neurológicas 1 confirmam estes achados, isto é, o arsênico só foi encontrado em quantidades indosáveis.Por outro lado, o tratamento preconizado com o dimercaprol (BAL) vem-se constituindo em assunto controvertido; segundo Jenkins 9 , entretanto, esse quelante é eficaz na prevenção e tratamento da neuropatía arsenical. JNTo que concerne à penicilamina, deve ser destacado que os dados da literatura (Levine 10 , Hirchman & col. s , Goldberg & col. 5 ) somente dizem respeito à sua eficácia no tratamento das intoxicações pelo mercúrio, chumbo, zinco e ccbre (doença de Wilson), nada constando a propósito de seu emprego em casos de intoxicações por arsênico.No caso que aqui registramos de polineuropatia arsenical, dois aspectos merecem destaque e comentários: o primeiro relaciona-se à elevada concentração de arsênico inorgânico encontrada em nervo periférico (nervo maleolar externo) e o segundo refere-se aos bons resultados obtidos mediante o emprego da penicilamina no tratamento desta afecção.