2014
DOI: 10.4000/aa.1243
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Arqueologia para etnólogos: colaborações entre arqueologia e antropologia na Amazônia

Abstract: A etnologia e a arqueologia desenvolveram-se no Brasil no século XX como campos distintos do conhecimento. A institucionalização dessas disciplinas nas universidades, a partir principalmente de modelos europeus, influenciou o modo como se produziu conhecimento sobre as sociedades indígenas brasileiras. Na arqueologia amazônica, a etnologia teve e tem um papel importante na interpretação do registro arqueológico, ao passo que o contrário não é verdadeiro. Este artigo centra-se na relação entre arqueologia e etn… Show more

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“…Esse mesmo autor faz uma instigante reflexão sobre Arqueologia Etnográfica, a qual classifica como um emergente campo interdisciplinar/transdisciplinar, que pode propiciar uma colaboração maior entre Antropologia e Arqueologia, sendo a Arqueologia Etnográfica (e não Etnoarqueologia) definida como um "espaço transcultural para múltiplos encontros, conversas e intervenções, envolvendo pesquisadores de diversas disciplinas e públicos diferentes, e centrados em materialidade e temporalidade" (Hamilakis, 2011, p. 399). As reflexões de Hamilakis (2011de Hamilakis ( , 2014, Hamilakis e Anagnostopoulos (2009) e outros pesquisadores que têm discutido as intercessões entre Etnografia e Arqueologia (Castañeda, 2006(Castañeda, , 2008(Castañeda, , 2009Castañeda et al, 2008;Edgeworth, 2003Edgeworth, , 2006Schaan, 2014) têm-me servido de questão para, a partir da Etnografia e da Arqueologia, refletir sobre os usos e as apropriações feitos desta parte do Centro Histórico de Belém; e a principal conclusão a que cheguei é que as apropriações mudam com o tempo, os usos são diversos e variam muito de acordo com o grau de instrução, oportunidades de interação com o patrimônio cultural e vestígios arqueológicos, bem como com as interferências que o Estado ou alguns projetos de requalificação trazem à paisagem local.…”
Section: Sobre As Percepções Junções E Disjunções Entre Etnografia E ...unclassified
“…Esse mesmo autor faz uma instigante reflexão sobre Arqueologia Etnográfica, a qual classifica como um emergente campo interdisciplinar/transdisciplinar, que pode propiciar uma colaboração maior entre Antropologia e Arqueologia, sendo a Arqueologia Etnográfica (e não Etnoarqueologia) definida como um "espaço transcultural para múltiplos encontros, conversas e intervenções, envolvendo pesquisadores de diversas disciplinas e públicos diferentes, e centrados em materialidade e temporalidade" (Hamilakis, 2011, p. 399). As reflexões de Hamilakis (2011de Hamilakis ( , 2014, Hamilakis e Anagnostopoulos (2009) e outros pesquisadores que têm discutido as intercessões entre Etnografia e Arqueologia (Castañeda, 2006(Castañeda, , 2008(Castañeda, , 2009Castañeda et al, 2008;Edgeworth, 2003Edgeworth, , 2006Schaan, 2014) têm-me servido de questão para, a partir da Etnografia e da Arqueologia, refletir sobre os usos e as apropriações feitos desta parte do Centro Histórico de Belém; e a principal conclusão a que cheguei é que as apropriações mudam com o tempo, os usos são diversos e variam muito de acordo com o grau de instrução, oportunidades de interação com o patrimônio cultural e vestígios arqueológicos, bem como com as interferências que o Estado ou alguns projetos de requalificação trazem à paisagem local.…”
Section: Sobre As Percepções Junções E Disjunções Entre Etnografia E ...unclassified
“…Aspectos interessantes a esse respeito demonstram que a origem de mitos tem como base um acontecimento real ou mítico, não estando restrito ao seu ponto de origem, grupos sociais ou linguísticos (Schaan, 2014). Como exemplos tomamos as esferas de interações regionais multiétnicas e multilinguísticas, envolvendo trocas, rituais e cosmologias no alto Xingu, alto rio Negro e nas Guianas (Heckenberger, 2011;Koch-Grumberg, 2005).…”
Section: Introductionunclassified
“…Nas terras baixas não se tem o registro da utilização de alfabetos fonéticos anteriores à chegada de Colombo, todavia não poucas sociedades indígenas eram detentoras de complexos padrões iconográficos e mantenedoras de práticas culturais identitárias na longa duração, sendo que os grafismos executados sobre a pele e sobre suportes cerâmicos e líticos formavam um poderoso sistema de comunicação. Marajó, Tapajó e Konduri são exemplos clássicos (Barreto, 2000(Barreto, , 2015Schaan, 2014), um tipo de "escrita" "dos mitos de origem, acontecimentos sociais, políticos e rituais (Barata,1950;Pereira, 1942), legíveis e inteligíveis entre grupos culturalmente associados e funcionando de maneira eficaz na propagação de ideias e ideologias (Figura 4) do universo indígena (Almeida, 2013), uma maneira de utilização ordenada das diferentes estéticas da vida cotidiana, em que forma e sentido estão solidamente entrelaçadas no contexto da interação social (Lagrou, 2007). Em contrapartida, gerava um complicador para a mente do invasor ocidental, que interpretava o mundo com base em caracteres fonéticos, transcritos em tinta, pena e papel, como sendo "gregas e/ou romanas", que não expressam minimamente o propósito contido nesses objetos, não considerando que para essas sociedades os enunciados estéticos sancionam determinadas visões do cotidiano que, em contextos variados, participam da definição das pessoas, assim como de suas relações e produções (Amaral, 2017;Van Velthem, 2010).…”
Section: Introductionunclassified
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“…Orientados por essas definições, Meggers e Evans fundamentaram seu trabalho arqueológico na coleta de fragmentos cerâmicos, mas sem levar em consideração outros possíveis indícios, como caminhos, localização das aldeias, formato das cabanas, práticas funerárias, intervenções no meioambiente etc., caracterizando os grupos indígenas que mapearam na região do Baixo Amazonas como providos de diversidade cultural, mas estagnados em um permanente estado de natureza (Schaan 2014).…”
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