Archaeology and Education

Percorrendo caminhos da arqueologia e da educação: encontros no ensino escolar

“…A educação promovia a manutenção dessas políticas e da ideologia do Estado. E nesse contexto a arqueologia era mantida distante do ensino, justamente por seu potencial de subverter a organização oficial (Esterhuysen, 2000;Esterhuysen;Lane, 2013). Nessa época existiam pesquisas arqueológicas, mas com ênfase em interpretações pró-apartheid e divulgadas apenas no exterior.…”

“…A partir de 1994 as mudanças políticas e sociais decorrentes da queda do regime de apartheid resultaram em transformações na história oficial e na reformulação do currículo escolar. Foi nesse contexto que a arqueologia sul-africana se reorganizou para incluir o conhecimento arqueológico no currículo, desde os mais antigos processos de hominização à complexidade das sociedades negras anteriores ao período neocolonial (Esterhuysen, 2000;Esterhuysen;Lane, 2013). A arqueologia então, se propôs como ferramenta para restaurar um passado antes excluído, como fonte para desafiar seus estereótipos negativos, a segregação racial e a discriminação de etnias e de gênero que imperavam (Esterhuysen, 2000).…”

“…Na primeira tentativa de organização, a profundidade temporal e a quantidade de informações acabaram comprimindo o conteúdo arqueológico em periodizações amplas e sintéticas, explorando pouco o potencial da disciplina e enquadrando-a em estudos sociais de cunho geral. Anos mais tarde, rediscutindo o currículo, a arqueologia assumiu um papel de maior protagonismo e foi posicionada junto à história (Esterhuysen;Lane, 2013). Mas, apesar de inserida nos currículos escolares, a arqueologia seguiu enfrentando problemas na educação sul-africana:…”

“…Mesmo assim, as aproximações entre arqueologia e educação na África do Sul são consideradas um exemplo de sucesso nas relações entre as áreas (Esterhuysen;Lane, 2013). Bem ou mal, a arqueologia foi ouvida e considerada na elaboração dos currículos.…”

“…Projetos curriculares e extracurriculares foram colocados em prática, mas ainda com as dificuldades nas condições de ensino, lacunas na formação de professoras e professores e escassez de recursos (King, 2012). Foram feitos esforços conjuntos entre escolas, museus e universidades (Esterhuysen;Lane, 2013) na tentativa de superar as dificuldades de popularizar a arqueologia e a inserir na educação, como idealizado pelas reformas curriculares.…”