Apoio Matricial Em Saúde Mental No Sus De Belo Horizonte: Perspectiva Dos Trabalhadores

Abstract

Resumo Trata-se de pesquisa empírica com o objetivo de analisar a prática do apoio matricial em saúde mental com base no estudo de caso da experiência da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, ocorrida entre os anos de 2013-2014. Mediante uma abordagem qualitativa, realizaram-se entrevistas do tipo semiestruturado e individual com cinco psicólogos e dois representantes da gestão envolvidos com o apoio matricial em saúde mental do município, além de observação-participante em reuniões de matriciamento. Os dados foram analisados segundo a metodologia da análise de conteúdo. Nas reflexões finais, percebeu-se que o apoio matricial tem transformado a relação de trabalho nas unidades básicas de saúde no sentido da corresponsabilização e do trabalho integrado entre as equipes. No entanto, ainda é preciso avançar no tocante à construção do projeto terapêutico, ampliando o escopo de intervenções além do atendimento clínico-individual, incluindo a perspectiva do trabalho com grupos e no território. Palavras-chave saúde mental; atenção básica; apoio matricial. AbstractThis research aims to examine the practice of matrix support in mental health from the case study of the experience of the city of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, between the years 2013-2014. From a qualitative approach, there were semi-structured and individual type of interviews with five psychologists and two representatives of management involved with this in mental health in the city, as well as participant observation in matricial meetings. Data were analyzed using the methodology of content analysis. In the final reflections, it is clear that the support matrix has transformed the employment relationship in basic health units in the sense of co-responsibility and integrated work between the teams. Nevertheless, we still need to move forward with regard to the construction of the treatment plan, expanding the scope of interventions beyond the clinical and individual care, including the prospect of working with groups and in the territory. Keywords mental health; primary care; support matrix.Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons.

Mobile care service for psychiatric urgencies and emergencies: perception of nursing workers

“…It seeks to ensure specialized back up, through the CAPS teams, to direct assistance to the user, as well as providing technical-pedagogical support to health professionals, equipping them for adequate care for said claim. In addition, the MA seeks to increase the resolubility of mental health actions by proposing a reformulation in the way of organization of services and horizontal relations between the CAPS (specialists) and other health services team, in an interdisciplinary perspective (34) .…”

Healthcare professionals’ perception of mental health in primary care

“…Matrix support is a new way of producing health in which two or more teams, in a process of shared construction, establish a proposal of a pedagogical-therapeutic intervention for the cases (15) . This new model can help the transformation of the work processes, in the direction of sharing care between the teams (16) . Matrix support can also provide greater safety in the work of primary care professionals, since they do not always feel secure when dealing with cases that involve mental health (17) .…”

A educação permanente como instrumento para o matriciamento em saúde mental

“…Três artigos (Rezio et al, 2019;Leite & Rocha, 2017;Leite et al, 2018) relatam que para se construir um espaço sólido e eficaz de discussão é preciso dos trabalhadores "uma postura de permanente aprendizagem que o instituído pode ser interrogado e desconstruído, diluindo as resistências e dando chance à diversidade de composições de práticas e conhecimentos" (Leite & Rocha, 2017, p. 208) Um ponto levantado por dois estudos (Dantas & Passos, 2018;Santos & Surjus, 2019) analisados foi a dificuldade de dar continuidade ao matriciamento a partir da educação permanente com a alta rotatividade de profissionais, que acontece nos serviços de saúde. Um dos estudos traz que "a rotatividade dos profissionais […] deixava as equipes incompletas, gerava sobrecarga de trabalho; e quando entravam novos profissionais, era necessário reiniciar todo o trabalho, desde a sensibilização até à adesão efetiva deles" (Dantas & Passos, 2018, p. 216).…”

“…Dos estudos analisados, quatro (Leite & Rocha, 2017;Leite et al, 2018;Dantas & Passos, 2018;Oliveira & Campos, 2017) associaram a educação permanente com o apoio matricial, os artigos trazem que é nas reuniões de equipe que ocorrem os encontros que possibilitam discussões eficazes para o trabalho. A reunião de equipe, presente na maioria dos serviços de saúde, é apontada pelos profissionais como sendo o momento de aprendizagem e reflexão sobre o cuidado ofertado (Dantas & Passos, 2018).…”

“…Cinco artigos (Rezio et al, 2019;Leite & Rocha, 2017;Leite et al, 2018;Dantas & Passos, 2018;Oliveira & Campos, 2017) relatam que os profissionais da atenção básica referem ser imprescindível a presença de um profissional facilitador, que tem como função Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 7, e952954685, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4685 mediar as discussões nas reuniões. Por vezes, essa figura é o especialista em saúde mental, que tem como papel incluir o conhecimento teórico nos encontros, que os estudos trazem a importância de haver o especialista nesses espaços, principalmente para validar o trabalho já realizado pelos profissionais que relatam se sentir mais confiantes com a presença do especialista (Oliveira & Campos, 2017).…”