Antidepressivos e alterações no peso corporal

Abstract

A depressão é uma doença que pode levar a mudanças no peso, influenciadas por fatores específicos da doença, como alterações no apetite e na atividade física, ou pelos antidepressivos. Este artigo objetiva analisar os estudos que descrevem os efeitos dos antidepressivos em alterações do peso corporal. Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados Medline, Lilacs e Cochrane, utilizando as palavras chaves "antidepressivo" e "peso". Foram selecionados os estudos que analisaram o tema em pacientes depressivos, priorizando-se aqueles relacionados às drogas mais utilizadas nos serviços de saúde no Brasil. A análise dos estudos indicou que a mudança de peso atribuída ao tratamento com antidepressivos apresenta resultados ainda controversos, sendo influenciada por fatores como o tempo de uso e a dosagem do medicamento, estudos com poder limitado, entre outros. Assim, estudos com maior poder, tendo como foco a ação das drogas antidepressivas nas alterações do peso corporal em pacientes depressivos, ainda são necessários. Termos de indexação:Antidepressivos. Ganho/Perda de peso. Peso corporal. A B S T R A C T Depression is a disorder that may affect patient's weight because of specific factors of the disease, such as changes in appetite and

Antidepressant use and the components of the frailty syndrome

“…The association between antidepressant use and unintentional weight loss may be related to the emotional aspects of the elderly themselves, but there is also evidence that the presence of depressive symptoms and use of antidepressants may promote weight loss, especially those belonging to the serotonin reuptake inhibitor class 26,27 . Serotonin, the main neurotransmitter on which these drugs work, may act as an appetite regulator and in the choice of macronutrients, promoting appetite reduction and a preference for protein foods, which may lead to changes in body weight 28 .…”

Alteração de peso em pacientes em tratamento com antidepressivos: Revisão narrativa

“…Estima-se que a prevalência da obesidade nos pacientes tratados com fármacos antidepressivos seja de 2 a 5 vezes maior que na população em geral. Em meio às possíveis causas, existe a possibilidade de que alguns fármacos usados para o tratamento da depressão possam levar ao aumento do peso por causa do aumento do apetite (Peixoto et al, 2008).…”

“…Esses efeitos colaterais, que incluem: 1) visão turva, xerostomia, retenção urinária, constipação intestinal, aumento de pressão ocular, taquicardia sinusal, confusão e delirium, devido ao bloqueio de receptores colinérgicos muscarínicos; 2) hipotensão ortostática, tontura, taquicardia reflexa, vertigem, tremores e disfunção erétil e ejaculatória, pelo bloqueio de receptores adrenérgicos alfa-1; 3) cefaleia, diarreia, náusea, fadiga, alterações de sono, agitação, irritabilidade, ansiedade, hipotensão, disfunção sexual, anorexia e ganho de peso, pelo bloqueio de receptores serotoninérgicos 5-HT2; 4) sedação, sonolência, fadiga, tontura, náusea e ganho de peso, devido ao bloqueio de receptores histaminérgicos do tipo H1 (Baes & Juruena, 2017;Moreno et al, 1999). Nesse sentido, trabalhos demonstram que a amitriptilina (em média 1,8 kg de acordo com Domecq et al, 2015), a imipramina, a clomipramina e a nortriptilina parecem estar associadas ao ganho de peso e à estimulação do apetite (Peixoto et al, 2008;Rosenzweig-Lipson et al, 2007;Uher et al, 2011).…”

Perfil alimentar e estado nutricional de pacientes depressivas internadas em hospital de pequeno porte do sul de Santa Catarina

“…Sendo assim, o acompanhamento nutricional de tais indivíduos torna-se de maior importância, para que se possa minimizar o ganho de peso e prevenir outras doenças associadas 16 . Em contrapartida, o tratamento pode diminuir o apetite do usuário nas primeiras semanas de uso, resultando em perda de peso 17 .…”

“…Godoy e Adami 31 também encontraram resultados semelhantes, sendo que após avaliar o estado nutricional de 38 pacientes adultos e idosos, depressivos, de ambos os sexos, atendidos em Unidades Básicas de Saúde do Vale do Taquari, em Rio Grande do Sul, obtiveram um resultado onde 31,6% encontravam-se em sobrepeso e 50,0% em obesidade. Tais indicadores ainda não são bem esclarecidos, o excesso de peso pode estar relacionado a um excesso de consumo calórico, ou talvez ao uso frequente de medicamentos antidepressivos17 .…”