Angústia, insegurança e medo na população LGBTQIA+: Comprometimento da saúde mental na pandemia da COVID-19

Abstract

Objetivo: analisar o comprometimento da saúde mental da população LGBTQIA+ na pandemia da COVID-19. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática de estudos sobre os Impactos psicossociais da pandemia da COVID-19 na saúde mental da população adulto-jovem LGBTQIA+. Foram escolhidos os artigos nas seguintes bases: BVS e PubMed. Utilizamos os descritores LGBT, mental health e COVID-19. Foram aplicados os seguintes filtros de busca: artigos publicados nos últimos 5 anos anteriores à data de busca (04.04.2021) e idiomas português e inglês e foram selecionados 20 artigos. Resultados: Devido ao isolamento social e a reclusão domiciliar, vários aspectos da vida deste grupo foram comprometidos, incluindo: financeiro, sexual, mental, físico e emocional. Como consequência, a qualidade de vida é prejudicada e é despertado um sentimento misto de angústia, insegurança e medo, principalmente para a população LGBTQIA+ pois o indivíduo, integrante desse grupo minoritário, não é acolhido em casa e tem contato com seu grupo de apoio cessado devido ao isolamento. Ademais, ao permanecerem em casa, crianças, adolescentes e adultos LGBTQIA+ encontram-se expostos durante um período prolongado a membros familiares não receptivos, aumentando as taxas de agressões físicas e emocionais, violência doméstica, além de danos à saúde mental. Conclusão: Portanto, é imprescindível uma análise sobre os impactos da pandemia do Coronavírus na qualidade de vida e na perpetuação do estigma social do grupo.

Transtornos mentais comuns em estudantes de enfermagem durante a pandemia de COVID-19 e fatores associados: estudo transversal

“…Os resultados sugeriram que as perdas financeiras, o isolamento social e a reclusão familiar pioraram a saúde mental deste grupo, pois nem sempre eram aceitos em suas famílias, além de terem perdido parte do contato com seu grupo de apoio. Em alguns casos, a reclusão doméstica aumentou sua exposição à violência intrafamiliar (31) . Portanto, para além das dificuldades enfrentadas historicamente por esta população, pode-se considerar que o período pandêmico agravou suas vulnerabilidades.…”

COVID-19 e seus impactos na saúde mental e sintomas depressivos na população LGBTQIA+

“…Tal informação se adequa ao estudo de Suen, Chan e Wong [12], que indicou que indivíduos LGBTQIA+ entre 16 e 25 anos possuem maior chance de desenvolver sintomas depressivos e ansiosos se comparados a outras faixas etárias. Além disso, segundo Linhares et al https://doi.org/10.25118/2763-9037.2023.v13.1039 [17], jovens adultos, sobretudo os estudantes universitários, expressaram maiores índices de sintomas depressivos e ansiosos durante a pandemia de COVID-19.…”

Evidências científicas sobre o acesso aos serviços de saúde pela população LGBTQI+: Revisão de escopo

“…LGBTQI+ demonstra risco aumentado para depressão, transtornos de ansiedade, abuso de substâncias, ideação e tentativas suicidas, transtorno de ansiedade generalizada, e abuso de drogas (Hatzenbuehler et al, 2010;Padilla et al, 2010;Rocha et al, 2013;Frost et al, 2015;Bailey et al, 2017;Linhares et al, 2021).…”

“…LGBTQI+ experimentam desigualdades significativas em saúde, como: bem-estar, impactos negativos documentados na saúde que incluem riscos aumentados para doenças crônicas e problemas de saúde mental (Heck et al, 2006;Seaver et al, 2008;Linhares et al, 2021, Nichele et al, 2022. Ademais, apesar do critério de universalidade e acessibilidade que ancora a prestação de cuidados de saúde a população LGBTQI+, esta nem sempre recebe serviços de saúde em termos e condições uniformes (Yogyakarta Principles, 2017), e que a prestação de serviços de saúde pode impedir ou negligenciar seu acesso razoável e equitativo (Buchmueller & Carpenter, 2010;Hatzenbuehler et al, 2010).…”