Anemia e desnutrição maternas e sua relação com o peso ao nascer

Abstract

SINISTERRA R., O.T. et al. Anemia e desnutrição maternas e sua relação com o peso ao nascer. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 25: 193-7, 1991. Com o objetivo de avaliar a influência da anemia e desnutrição materna sobre o peso ao nascer, estudou-se uma amostra de 691 gestantes atendidas em maternidade exclusivamente assistencial do Município de São Paulo, SP (Brasil). Encontrou-se, no final da gestação, 29,2% de gestantes anêmicas e 17,2% de desnutridas, não tendo sido verificada associação entre essas duas deficiências nutricionais. O papel favorável do serviço de assistência pré-natal no controle do estado nutricional da mulher não foi verificado, tendo sido observado que a anemia e desnutrição não estão associadas à assistência pré-natal. A incidência de baixo peso ao nascer (BPN) entre filhos de parturientes desnutridas foi 23,6%, valor significativamente diferente (p<0,005) do encontrado entre mulheres não desnutridas no final da gestação -10,8%. Comparando mulheres que iniciaram o processo gravídico desnutridas e que não se recuperaram com aquelas que se recuperaram, verifica-se risco relativo 2,8 vezes maior de conceptos com BPN entre as primeiras. Os resultados encontrados permitem ressaltar a necessidade de implementação nos programas de atendimento à gestante, de atividades relacionadas ao controle do estado nutricional da mulher.Descritores: Anemia, epidemiologia. Estado nutricional. Peso ao nascer. Cuidados pré-natal. IntroduçãoEntre os fatores que interferem na qualidade da gravidez e, conseqüentemente, no peso ao nascer, destacam-se as deficiências nutricionais.A anemia é uma das deficiências nutricionais de maior importância durante a gestação, quer pela elevada prevalência com que ocorre, quer pelos efeitos adversos a ela associados 2,7,11,14,16 . Embora não conclusiva, a sua relação com o peso ao nascer tem sido verificada em diversos estudos. Harrison e Ibeziako 5 , em um estudo prospectivo, excluindo mulheres com complicações maternas e fetais e controlando a idade gestacional, observaram que os recém-nascidos de mães que tiveram anemia no transcurso e no final da gestação apresentaram médias inferiores de peso ao nascer. Mitchell e Lerner 9 , analisando dados retrospectivos de 1.080 gestantes americanas de classe média, encontraram forte relação entre níveis de hemoglobina materna e peso ao nascer.A relação entre a desnutrição protéica-energética e o peso ao nascer vêm sendo avaliados desde meados do século 1,19 . Rosso 13 , a partir de uma revisão de estudos observacionais, destaca que na espécie humana a linha de abastecimento fetal é infuenciada por diferentes mecanismos que dependem da disponibilidade de nutrientes. Se a ingestão dietética for insuficiente e se os estoques de nutrientes da mãe estiverem baixos, o feto precisará recorrer às reservas pré-concepcionais para se suprir, ocasionando comprometimento do binômio materno-fetal. De forma geral, a diminuição na ingestão de nutrientes pode provocar alterações nos mecanismos maternos de adaptação à gravidez e desacelerar o transporte de nu...

The Prevalence of Nutritional Anaemia in Brazilian Pregnant Women: A Systematic Review and Meta-Analysis

“…The other criteria used were Hb < 11.6 g/dL [32] and Hb < 12 g/dL [57]. Regarding the method used for identifying blood haemoglobin rates, the majority (n=31; 83.78%) [28][29][30][31][32]35,37,[39][40][41][42][44][45][46][47][48][49]51,[53][54][55][56][57][58]60,61] used venipuncture. The data collected came from public health services: community (n = 3; 8.11%) [36,50,62], hospitals (n = 4; 10.81%) [27,40,44,52], maternity hospitals (n = 4; 10.81%) [28,30,39,51], primary health units (n = 17; 45.95%) [29,31,32,34,37,38,42,43,[46]…”

“…The gestational week varied between seven [35] and 42 [40] and the age between 10 [29] and 49 years [29,58]. Thirty four studies (91.89%) presented cross-sectional design [27][28][29][30][31][32][33][34][35][37][38][39][40][41][42][43][44][45][46][47][48][49][50][51][52][53][54][56][57][58][59][60][61][62] and three (8.11%) were cohorts [36,55,63]. Among the selected articles, two studies were carried out with only pregnant adults [34,58] and four studies evaluated only adolescents [30,41,49,61].…”

“…The majority of the studies were carried out in the Northeast region (n = 16; 43.24%) [27,28,34,38,39,42,46,47,[50][51][52][53][54]56,62], followed by the Southeast region (n = 11; 29.73%) [30][31][32]40,41,44,49,55,57,61]. Four studies evaluated the Midwest region (10.81%) [33,45,58,59], two the North region (5.41%) [48,60], and four the South region (10.81%) [29,[35][36][37].…”

“…Although the WHO carries out worldwide periodic monitoring of anaemia in various groups, the last official data regarding the prevalence of anaemia in pregnant women in Brazil was published by the WHO in 2015. This data estimated that the global prevalence of anaemia for pregnant women aged 15-49 years in 2011 was 38.2% (95% CI [33][34][35][36][37][38][39][40][41][42], the African region presented 46.3 (95% CI [40][41][42][43][44][45][46][47][48][49][50][51], region of the Americas 24.9% (95% [19][20][21][22][23][24][25][26][27][28][29][30][31][32], European region 25.8% (95% CI [19][20][21][22][23][24][25][26][27][28][29][30]…”

“…Brazilian pregnant women presented a prevalence of 32% (95% CI [4]. The global prevalence of anaemia in pregnant women decreased from 43% (95% CI [39][40][41][42][43][44][45][46][47] to 36% (95% CI [34][35][36][37][38][39] considering the period 1995 to 2019 [14,15], but it is still considered a moderateto-severe public health problem [4]. Regarding Brazilian pregnancy rates, the WHO Global Health Observatory reports in 2019 the estimated prevalence of 19.1% (95% CI 9.7-38.0), which was classified as mild-to-moderate prevalence [16].…”