ResumoA atuação do psicólogo na área de família é ampla e abrange várias questões, destacando-se os casos em que se constata a alienação parental. Neste sentido, este artigo tem como objetivo geral refletir sobre a importância da atuação da Psicologia Jurídica no Direito de Família, em especial, na questão da alienação parental. E como objetivos específicos investigar quais as medidas tomadas após o seu diagnóstico, compreender o comportamento e as características dos alienadores e verificar as suas consequências nas crianças e nos adolescentes vitimizados. Esta pesquisa consiste em um levantamento de cunho exploratório, realizada com seis psicólogos atuantes no Poder Judiciário do Rio Grande do Sul (Brasil) através de um questionário com perguntas semiabertas enviado por e-mail. Os dados foram organizados e sistematizados de acordo com os objetivos, utilizando o método de Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados da pesquisa evidenciaram uma valorização do trabalho do psicólogo jurídico nas Varas de Família e um conhecimento dos aspectos da alienação parental por parte dos profissionais, contribuindo para a adoção de medidas adequadas no combate da mesma. Palavras-chave: Alienação parental, Psicologia jurídica, Direito de família.
Alienação Parental pela Psicologia JurídicaDesde a sua concepção, o ser humano está inserido no seio familiar, de onde inicia a moldagem de suas potencialidades, com o propósito de conviver em sociedade e alcançar sua realização pessoal. Não existe, efetivamente, outra instituição tão pró-xima da natureza do homem como a família, que nasce espontaneamente pelo simples desenvolvimento da vida humana (Farias & Rosenvald, 2008).Entre as incontáveis mudanças que têm ocorrido no mundo contemporâneo, nenhuma é mais importante nem sentida de forma tão intensa quanto aquelas que se desenvolvem na vida pessoal do ser humano, seja no que se refere à sexualidade, ao casamento ou às formas de expressão de afetividade.De tal modo, hoje se verifica uma transformação nos papéis do homem e da mulher, do pai e da mãe. Segundo Paulo (2011), surgiu um pai mais próximo, capaz de cuidar dos filhos e construir com eles uma relação de afeto e intimidade, bem como, houve uma evolução nos hábitos das mulheres, que passaram a estudar, a trabalhar e a ter projetos de carreira. A mudança dos costumes, que levou a mulher para fora do lar, convocou o