Análise prototípicea das representações sociais sobre as infecções sexualmente transmissíveis entre adolescentes

Abstract

Objetivo: Este estudo teve como objetivo apreender e analisar as representações sociais de adolescentes acerca das doenças sexualmente transmissíveis.
 Método: Participaram 576 adolescentes, com idade média de 15,67 anos (DP= 1,66). Utilizou-se a técnica de associação livre de palavras, com o estímulo indutor “infecções sexualmente transmissíveis”, que foi utilizada a técnica da análise prototípica, através do programa IRAMUTEQ.
 Resultados: As representações sociais dos participantes enfatizam os riscos e as formas de prevenção, os conhecimentos básicos sobre as infecções sexualmente transmissíveis, a irresponsabilidade de fazerem sexo desprotegido mesmo sabendo das consequências.
 Conclusão: Identifica-se a necessidade de implantação de programas de educação em saúde dentro das escolas, utilizando métodos didáticos e reflexivos com profissionais da saúde, que permitam a mudança de atitudes diante da exposição as infecções sexualmente transmissíveis.

Sexo e Sexualidade: O que adolescentes do Ensino Fundamental têm a dizer?

“…Quando o pai aceita a criança, a evolução gestacional se dá de maneira mais tranquila, não sendo observados grandes impactos na vida da mulher [59,60]. Já a recusa do homem para aceitar a paternidade pode gerar conflitos entre o casal e ocasionar uma sobrecarga de responsabilidade na vida das adolescentes [61].…”

“…Em se tratando de aborto, as representações sociais foram semelhantes entre os grupos masculino e feminino, sendo o núcleo central marcado pela expressão "crime" (Figuras 1A-B). Elementos periféricos, como "irresponsabilidade" e "pecado", reafirmam os aspectos negativos relacionados ao tema para os dois grupos e destacam a influência dos preceitos religiosos sobre as representações sociais dos adolescentes [7,61]. Outros elementos periféricos, citados principalmente pelas meninas, atribuem ao aborto expressões como "vergonha", "perigo para mulher", "sofrimento" e a "falta de condições", refletindo, assim, uma visão ambígua do grupo feminino sobre o tema [57].…”

“…O debate sobre o aborto, dependendo da época, congrega maior ou menor visibilidade social, podendo a interrupção da gravidez ser considerada um direito a saúde reprodutiva e/ou um direito sobre o corpo feminino [37,65]. No Brasil, as questões relacionadas ao aborto são fundamentadas na tradição judaico-cristã e seu debate ainda é centralizado na questão da manutenção da vida do feto [61]. As representações sociais sobre o tema explicitam o julgamento das mulheres que optam pela interrupção da gravidez e também retratam os três principais aspectos morais e religiosos associados ao aborto [29,36]: 1) questões biológicas, que entram em conflito com a ideia do amor incondicional e instintivo da mãe para seu filho; 2) a maternidade como um dom da mulher e/ou como manifestação do amor divino (i.e., amor de Maria pelo seu filho Jesus); e 3) questões relacionadas à morte, tema ainda difícil para a humanidade [24].…”