A flora do Cerrado é classificada como a savana mais rica do mundo, apresentando milhares de espécies de plantas vasculares das quais muitas são endêmicas do bioma. Entretanto, ao longo dos anos, o Cerrado vem sofrendo grande degradação e o desmatamento de seu ambiente, o que tem impactado negativamente na sua biodiversidade. Desta forma, é notória a busca por estratégias que visem a valorização das espécies vegetais do Cerrado e consequentemente a sua preservação. Uma alternativa viável faz relação ao uso sustentável dos princípios ativos presentes nas plantas do Cerrado para o desenvolvimento de formulações fitocosméticas. Nesta direção, por meio de uma revisão bibliográfica, este artigo teve como objetivo elencar as plantas nativas do Cerrado que possuem compostos fitoquímicos possíveis de serem utilizados no desenvolvimento de novos fitocosméticos. Para tanto, um levantamento bibliográfico foi realizado por meio das principais bases de dados de busca avançada: Google Scholar, Pubmed, Scielo, Springer e Science Direct, dentro do recorte temporal dos anos de 2012 a 2022, com o uso das seguintes palavras-chave: plantas nativas, Cerrado, cosméticos, fitocosméticos e conservação. Como resultado, foram selecionados 42 trabalhos científicos contendo informações sobre a possível aplicação de 18 espécies de plantas nativas do Cerrado em formulações cosméticas, das quais as espécies encontradas pertenciam a 13 famílias botânicas diferentes. Em adição, foram descritas as partes das plantas utilizadas nos diferentes estudos, como caule, raiz, folhas, frutos e até mesmo os extratos e óleos obtidos das mesmas. As propriedades farmacológicas consideradas foram as de antissinais, antissépticas, cicatrizantes, fotoprotetoras, clareadoras de manchas e promotoras de limpeza. Diante dos resultados encontrados, é possível concluir que a valorização e o uso sustentável das espécies do Cerrado no desenvolvimento de fitocosméticos constitui-se de uma importante ferramenta para a preservação desse bioma. Contudo, é evidente a necessidade da realização de novas pesquisas etnofarmacológicas, uma vez que ainda existem muitas espécies não identificadas e catalogadas que podem apresentar compostos bioativos de interesse para a Cosmetologia.