ResumoOs riscos de mortalidade por homicídio são bastante diferenciados, segundo as condições de vida dos grupos sociais. Deste modo, a construção de indicadores que contribuam para o diagnóstico das condições de vida das populações possibilita um direcionamento das ações de saúde de modo mais específico às populações mais vulneráveis. O estudo buscou obter a correlação espacial e estudar a associação entre a condição de vida e a distribuição das residências de vítimas de homicídios no ano de 2010, no município de Itabuna-BA. Trata-se de um estudo ecológico, utilizando o Indicador Adaptado de Condição de Vida, para o qual recorreu-se a dados das Declarações de Óbito e dados censitários do ano de 2010. Nas análises estatísticas empregou-se o software SPSS 18, enquanto o ArcGIS 10 foi utilizado nos georreferenciamentos. A comparação dos mapas de condição de vida e residência das vítimas de homicídios evidenciou relação entre o fenômeno e áreas mais carentes da zona urbana do município. A Razão de Chances bruto, quando comparados os clusters alta e baixa condição de vida foi igual a 12,62 e igual a 6,93 para os clusters de média e baixa condição de vida. A estratificação do município, segundo condições de vida e distribuição espacial das residências das vítimas de homicídios permitiu a identificação de áreas onde a população está mais vulnerável, fornecendo subsídios para ações de vigilância à questão da violência. . Engels, em 1884, já alertava para a alta mortalidade entre os pobres, em função das condições precárias de vida da classe operária na Inglaterra e, chamava a atenção para as influências maléficas das privações sofridas na infância sobre a saúde na idade adulta 4 .
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