O estudo observacional, transversal, teve por objetivos caracterizar indivíduos adultos que sofreram Lesão de Medula Espinhal (LME) entre janeiro de 2003 a Julho 2006 em hospitais credenciados ao SUS no município de Ribeirão Preto, avaliar a capacidade funcional utilizando a escala Medida de Independência Funcional (MIF), considerando o nível de lesão e identificar a prevalência de úlcera por pressão (UP). Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa o estudo foi realizado, mediante consentimento dos participantes. As entrevistas e avaliações foram realizadas nos domicílios. Dos 22 individuos, 91% eram do sexo masculino, com predominância na faixa etária de 30 a 39 anos. Acidente de trânsito foi a etiologia principal (50%) da LME, seguida de queda (27,3%). Onze (50%), tiveram lesão cervical, dez (45,5%) lesão torácica e um lesão lombar. Indivíduos com lesão cervical apresentaram escores menores na MIF total e motora, entretanto, a MIF cognitiva atingiu o valor máximo independente do nível da lesão. Nenhum dos indivíduos apresentou grau de dependência completa. Onze (50,0%), apresentaram dependência mínima, 6 (27,3%) dependência máxima e 5 (22,7%) independência moderada ou completa. Os 7 (31,8%) participantes com UP tinham maior dependência funcional. O trauma causou maior impacto no domínio motor com diminuição da capacidade funcional nas diferentes atividades para os indivíduos com lesão cervical. Houve aumento dos escores da MIF com o aumento do tempo pós-lesão, independente da participação em programa de reabilitação. Os resultados apontaram aspectos essenciais para a proposição de programa de reabilitação para esta população no contexto estudado.