Este artigo tem como objetivo analisar as categorias das três metafunções da linguagem presentes na obra "A Gramática do Design Visual", de Kress e van Leeuwen (1996, 2006), isto é, as metafunções representacional, orientacional e composicional, pela perspectiva da multimodalidade (KRESS, 2010; VAN LEEUWEN, 2011; LIMA-LOPES, 2012; RAMOS; CARMELINO, 2014; KNOLL; FUZER, 2019), em uma chamada televisiva jornalística com a finalidade de relacionar os modos sígnicos com o valor social que trazem, além de observar em que medida os diferentes signos se articulam, explicitar os possíveis efeitos de sentido da integração de elementos de ordem verbo-visual, atentando-se para esses elementos, para o contexto sócio-histórico e para o propósito comunicativo do gênero em questão. Para tanto, propõe-se analisar a chamada para as edições especiais do Jornal da Cultura da retrospectiva 2020 a partir das anotações da correlação de diferentes sistemas semióticos das produções multimodais em movimento utilizando o software ELAN (SLOETJES; WITTENBURG, 2008), ferramenta profissional que possibilita a criação de anotações complexas em arquivos digitais de áudio e vídeo, com o fito de compreender as estratégias de como os variados recursos são empregados para a construção do significado. Conclui-se, portanto, que a chamada televisiva de cunho jornalístico analisada neste estudo é um texto audiovisual bastante produtivo que possibilitou dar visibilidade a maneira como os diferentes modos de linguagem são conjugados de forma a construir o significado em textos multimodais, permitindo observar minuciosamente a relação direta entre os estudos da multimodalidade e os de caráter linguísticos, corroborando à teoria sociossemiótica da verbo-visualidade.