Análise de desempenho na geração de benefícios econômicos dos clubes de futebol brasileiros: o uso do atleta como recurso estratégico e ativo intangível

Abstract

De acordo com a Visão Baseada em Recursos, as empresas investem em recursos estratégicos visando benefícios econômicos e vantagem competitiva. Na norma contábil os mesmos são considerados ativos intangíveis geradores de benefícios econômicos. O objetivo deste trabalho foi verificar o desempenho dos clubes de futebol brasileiros na utilização do atleta como ativo intangível e recurso estratégico para a geração de benefícios econômicos entre 2010 a 2013. Assim, adotou-se a análise envoltória de dados, cujo input foi considerado o investimento em atletas e outputs receitas, caixa e resultado. Os dados foram coletados nas demonstrações contábeis de 18 clubes extraídas dos sites das próprias organizações esportivas, federações estaduais ou dos diários oficiais dos estados onde atuam. Constatou-se que os clubes não são eficientes em gerar os benefícios, principalmente o superávit, sendo receitas a variável cujo alcance pelos clubes tem melhor desempenho.

Ambiente institucional, estrutura do futebol feminino e desempenho de 61 clubes das ligas mais fortes do mundo

“…Várias teorias econômicas são empregadas para estudos direcionados ao futebol masculino, como: Teoria da Agência (Maia, Rebouças, Vasconcelos & Reinaldo, 2018); Teoria dos Stakeholders (Siqueira, Pajanian & Telles, 2015); Teoria dos Custos de Transação (Martins, Marquezan, Diehl & Flores, 2017); Visão Baseada em Recursos (Costa, Costa, Angelo & Moraes, 2018;Galvão & Dornelas, 2017); e Teoria Institucional (Allison, 2016;Arakelian, Brito & Rosenthal, 2020;Dias & Rossi, 2017;Maia & Cardoso, 2019;Mayer, Martins, & Kronbauer, 2017).…”

“…Para testar a segunda hipótese, considerando as diferentes naturezas do desempenho dos clubes, são definidas duas hipóteses operacionais baseadas em: Desempenho operacional e Desempenho econômico-financeiro. Tem-se que, as atletas, consideradas como recursos estratégicos humanos são utilizados para o sucesso competitivo dos clubes, no que tange às suas habilidades, experiências e capacidades, gerando benefícios operacionais e econômicos (Galvão & Dornelas, 2017). Espera-se ainda que, na análise referente ao desempenho econômico-financeiro, o efeito seja positivo, pois indica que os clubes podem obter uma rentabilidade positiva associada à sua atividade operacional (Faria, Dantas, & Azevedo, 2019).…”

Is it Profitable to Compete for the Elite of the Brazilian Championships?

“…Em âmbito geral as pesquisas se concentraram em clubes das principais séries ou de forma agregada, nos quais verificaram a ineficiência financeira dos clubes (Galvão & Dornelas, 2017;Sánchez, Fernández & Barajas, 2016), outros, discutiram como a conquista de títulos é atrelada ao planejamento, o que pode permitir que os clubes sejam, de forma financeira, mais eficientes (Jahara, Mello & Afonso, 2016;Bosca et al, 2008;Barros & Leach, 2006) e outros, relacionaram a questão financeira a sua classificação nos campeonatos nacionais (Silva, Santos & Cunha, 2017;Andreff, 2007).…”

Clubes de futebol: relações entre investimento, desempenho e adesão ao PROFUT

“…Na literatura é possível identificar análises do desempenho esportivo em relação à aplicação de recursos para montar e manter uma equipe, avaliando investimentos na formação e aquisição de direitos de jogadores, gastos totais do clube e gastos com o departamento de futebol dos clubes, tanto em clubes brasileiros como de outros países (LEITE; PINHEIRO, 2012;NASCIMENTO et al, 2015;PEREIRA et al, 2004). No mesmo sentido, são identificados estudos sobre as relações entre recursos aplicados na equipe e desempenho financeiro, incluindo a geração de receitas, a rentabilidade e o endividamento (ANDRADE JUNIOR;FERREIRA;PIVA, 2019;CUNHA;HAVEROTH, 2017;GALVÃO;DORNELAS, 2017;MOURAO, 2012). Mesmo com a totalidade dos trabalhos buscando uma relação positiva entre as variáveis, nos conjuntos de análises há presença de resultados divergentes, com impactos positivos, negativos e ausência de relação entre as variáveis.…”

“…Ainda, destaca o investimento em jogadores por meio do ativo intangível, que consome recursos e concorre com outros ativos, dos quais se esperam benefícios, a exemplo das receitas na venda de direitos federativos, avançando em relação aos estudos que se detêm às despesas com salários de jogadores ou gastos com o departamento de futebol (ex. : CUNHA; SANTOS; HAVEROTH, 2017;GALVÃO;DORNELAS, 2017;LEITE;PINHEIRO, 2012;MOURAO, 2012;NASCIMENTO et al, 2015;PEREIRA et al, 2004).…”