Análise da vulnerabilidade dos adolescentes à hepatite B em Teresina/PI

Abstract

Os adolescentes fazem parte de grupos com elevada suscetibilidade à infecção pelo vírus da hepatite B em função da adoção de comportamentos de risco. Este trabalho objetivou analisar a vulnerabilidade dos adolescentes à hepatite B. Para isso, realizou-se estudo desenvolvido por meio de inquérito epidemiológico com 196 adolescentes de 14 a 19 anos. Os resultados mostraram que 57,1% dos adolescentes já haviam iniciado a vida sexual, destes 45,5% não tinham parceiro(a) estável, 54,5% pertenciam a faixa etária de 14 a 16 anos, 24,1% não usavam preservativo nas relações sexuais, 62,8% referiram não saber da transmissão do vírus da hepatite B e 61,2% não apresentavam cobertura vacinal contra este agravo. Conclui-se que os adolescentes constituem grupo vulnerável à hepatite B, devido a fatores condicionantes e determinantes, tais como desconhecimento sobre a doença, baixa cobertura vacinal, adoção de comportamento de risco e sensação de invulnerabilidade.

Vulnerabilidade À Hepatite B Entre Adolescentes Jovens Da Rede Pública De Ensino

“…Este resultado corrobora as evidências de vários trabalhos que os têm classificado como grupo populacional de risco elevado para infecção pelo vírus da hepatite B e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) 8,[11][12][13] . Demonstrou-se que os comportamentos de risco relacionados à maior possibilidade de exposição ao VHB como procedimentos de manicures, contato com sangue de outras pessoas, compartilhamento de escova dental, tatuagem e piercing estão relacionados ao desconhecimento da transmissão viral e/ou falta de informações mais diretas que se relacionem com o cotidiano do indivíduo.…”

“…De um lado o corpo da exploração da sexualidade e, do outro lado, o corpo como ressignificação da identidade. Considerando que a média de idade da primeira relação sexual, no Brasil, é de 15 anos para o sexo feminino e 14 para o masculino 11,16,17 , a maioria dos estudantes desta faixa etária, provavelmente, já iniciou a vida sexual e, pelo menos 35%, teve, em algum momento, comportamento inseguro. No caso das tatuagens, a prevalência geral foi baixa (1%; n=11) e semelhante à de outro estudo (3,3%; n=13) 9 .…”

“…No caso das tatuagens, a prevalência geral foi baixa (1%; n=11) e semelhante à de outro estudo (3,3%; n=13) 9 . 11,21 . Acredita-se que isso se deve ao fato de, no presente estudo, diferentes variáveis terem sido investigadas como fatores de risco de exposição ao VHB, como a realização de procedimentos de manicure sem material próprio.…”

“…Outros trabalhos também identificaram baixa cobertura vacinal contra hepatite B 22,23 . Acredita-se que, possivelmente, a população adolescente tem sido negligenciada, em sua grande parte, pelas campanhas de vacinação em massa 24 , o que pode contribuir para o aumento desta problemática e também da incidência de hepatites virais nesta faixa etária 11,25 . Deste modo, fica evidente a necessidade das políticas públicas assegurarem, de fato, a vacinação nesta população alvo 8 , bem como a realização de ações educativas com esta abordagem, uma vez que já foi evidenciado o déficit de conhecimento como fator predisponente às infecções 9,11 .…”

“…Acredita-se que, possivelmente, a população adolescente tem sido negligenciada, em sua grande parte, pelas campanhas de vacinação em massa 24 , o que pode contribuir para o aumento desta problemática e também da incidência de hepatites virais nesta faixa etária 11,25 . Deste modo, fica evidente a necessidade das políticas públicas assegurarem, de fato, a vacinação nesta população alvo 8 , bem como a realização de ações educativas com esta abordagem, uma vez que já foi evidenciado o déficit de conhecimento como fator predisponente às infecções 9,11 . As limitações do presente estudo incluem alguns vieses relacionados à obtenção de dados dependentes de fatos relatados pelos próprios adolescentes, à taxa de não resposta acima de 10% para algumas questões, e ao reduzido número de adolescentes que apresentaram o cartão de vacinação no momento da coleta.…”