Infecções de sítio cirúrgico ocorrem na incisão cirúrgica ou na proximidade em até 30 dias ou em até 90 dias se o material protético for implantado na cirurgia, mas também podem se estender para estruturas adjacentes mais profundas e, dependendo da gravidade, sistêmicas. Objetivo: determinação do perfil e a resistência microbiana em feridas pós-operatórias de cirurgias de urgência. Métodos: estudo epidemiológico, prospectivo, descritivo em hospital de referência da Amazônia Ocidental. O período compreendeu 2019 até 2021 com interrupções de acordo com o nível de isolamento social estabelecido. Foram selecionados pacientes que apresentaram infecção de sítio cirúrgico diagnosticada pelos médicos submetidos a cirurgias não eletivas do aparelho digestivo, órgãos anexos e parede abdominal; independente do sexo; e acima dos 18 anos. Das amostras coletadas foram identificados os agentes etiológicos e a suscetibilidade antimicrobiana. Resultados: do total de 605 cirurgias, a taxa de infecção hospitalar foi de 3,30%. Bactérias Gram-negativas como Klebsiella spp. e Escherichia spp. foram comumente isoladas. As classes de antimicrobianos que as bactérias isoladas e identificadas no estudo mais apresentaram resistência foram as penicilinas e inibidores de beta-lactamases; em todas as amostras investigadas houve microrganismos resistentes a esses medicamentos. Em contrapartida, as bactérias identificadas apresentaram maior sensibilidade aos antimicrobianos pertencentes às classes das cefalosporinas de 3ª e 4ª gerações e carbapenêmicos. Conclusões: a maioria das bactérias isoladas foram bacilos Gram-negativos e anaeróbios, entre os quais foram identificadas cepas multirresistentes em várias amostras, destacando, assim, a necessidade de aprimorar as medidas de controle de disseminação desses microrganismos no ambiente hospitalar.