Resumo: O artigo analisa diferentes condições na relação entre jesuítas, colonos e indígenas; apresentando matrizes de ideário e experiência que geraram o Breve de 1639, que declarava liberdade irrestrita dos indígenas, bem como sua recepção no Rio de Janeiro. A observação da mudança de contextos e de relações entre os agentes expõe a singularidade da percepção de liberdade indígena contida no Breve e como tal singularidade atingia anseios de colonos. Palavras-chave: Breve de 1639 -Companhia de Jesus -Colonos -Indígenas -LiberdadeRio de Janeiro.Abstract: This work analyses the different perspectives in the relationship of Jesuits, settlers and amerindians; by that we present some of the arrays of the ideas and the experiences that lead to the Bull of 1639 and also the reception of this document, which declared freedom without further conditions to all amerindians, in Rio de Janeiro. The opportunity to observe the changes in the contexts and in the relationships allow us to expose singularities in the perception of liberty defended to the amerindians presented to us by the Bull and how these particularities affected lives and wishes of the settlers in Rio de Janeiro. Keywords: Bull of 1639 -Society of Jesus -Settlers -Amerindians -Liberty -Rio de Janeiro.
(o propósito): a trajetória de criação do Breve como salvação da Companhia de Jesus.
O Breve de 1639, ao declarar a liberdade irrestrita dos povos indígenas daAmérica Portuguesa e Espanhola, se tornou um marco não apenas no desenvolvimento da política indigenista das Américas, mas também um ponto singular da discussão recorrente no Novo Mundo e além-mar, sobre a licitude (ou não) da escravidão indígena. A discussão longa e por vezes tensa, sobretudo quando envolvia as reivindicações dos colonos, derivou em tratados teológicos e teses jurídicas sobre a liberdade do indígena ou sua vocação para servidão, 1 bem como se faz presente no manejo da legislação, uma vez que "as leis coloniais relativas aos índios parecem