Alimentação das fases iniciais do peixe-rei Atherinella brasiliensis (Atherinopsidae) no estuário do rio Jaguaribe, Itamaracá – PE

Abstract

Neste estudo se ressalta a alimentação natural de larvas do peixe-rei Atherinella brasiliensis (Atherinopsidae) coletadas no estuário do Rio Jaguaribe, Itamaracá, Pernambuco, ressaltando-se que o conteúdo gastrintestinal de 98 indivíduos, coletados mensalmente ao longo do ano de 2001 com rede de plâncton cônico-cilíndrica e malha de 500 mm de abertura, evidenciou que a espécie apresenta hábito alimentar oportunista em suas fases larvais, ou seja, sua dieta depende da disponibilidade local de alimento. Tintinnina foi o item alimentar dominante, presente em 23,5% das larvas com conteúdo gastrintestinal, seguido das Copepoda e Microalgas; outros itens, como Trichodina sp. (Protozoa), ovos de invertebrados e organismos não identificados, também representaram itens significativos na dieta das larvas. Palavras-chave:Tintinnina, Favella, larvasdepeixe, hábito oportunista Feeding in early life stages of the Brazilian silversides Atherinella brasiliensis (Atherinopsidae) from the Jaguaribe River estuary, Itamaracá, PE ABS TR A CT Natural feeding of Atherinella brasiliensis (Atherinopsidae) larvae, collected in the Jaguaribe River Estuary, Itamaracá-Pernambuco, was studied. Gastro-intestinal contents of 98 individuals, collected at monthly interval during the year 2001, with a 500 mm mesh size conical-cylindrical plankton net, showed that early life stages of this species presents an opportunistic feeding habit, i.e. its diet depends on local food availability. Tintinnina was the most frequent food item, present in 23.5% of the larvae with gastro-intestinal content, followed by Copepoda and Microalgae. Others items, such as Trichodina sp. (Protozoa), invertebrate eggs and unidentified organisms also represented important items in the diet of A. brasiliensis.

DESENVOLVIMENTO INICIAL DAS LARVAS DE DOURADO Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816); SUPLEMENTADOS COM PLÂNCTON, ARTÊMIA E RAÇÕES, EM CULTIVOS EXPERIMENTAIS

“…O comportamento de canibalismo desta espécie nesta fase pode explicar em parte a alta mortalidade (50 a 70%), além do fato do sistema digestório e enzimático não estar ainda completamente; além do contato físico entre as larvas, que aumentam o contágio de doenças e favorece o canibalismo e além do quê indivíduos nestas fases iniciais possuem hábito alimentar oportunista, ingerindo presas mais abundantes (ROCHA et al, 2008). Vários resultados semelhantes a estes foram encontrados Soares et al, (1997Soares et al, ( , 2003; Hayashi et al, (1999Hayashi et al, ( , 2002Behr (1997), inclusive com larvas de matrinxã, Brycon cephalus, onde a taxa de canibalismo foi de 50-60 % das larvas (LEONARDO et al, 2008).…”

“…Isto significa que o cultivo destas larvas depende principalmente de alimentos vivos em qualidade e quantidade adequadas, logo após as larvas iniciarem alimentação exógena (GERKING, 1994). Desta forma, o sucesso do cultivo de alevinos destes peixes depende, entre outros fatores, principalmente do fornecimento de organismos alimento de boa qualidade e em quantidade suficientes logo após as larvas iniciarem alimentação exógena (SENHORINI et al, 1991;ROCHA et al, 2008;TEIXEIRA et al, 2010), o que foi corroborado pelos resultados obtidos nestes procedimentos experimentais com as larvas de dourado Salminus brasiliensis. …”

Intraspecific food resource partitioning in Brazilian silverside Atherinella brasiliensis (Atheriniformes: Atherinopsidae) in a tropical estuary, Brazil

“…The mean rainfall recorded in the area is between 1,750 and 2,000 mm annually, and the mean temperature is approximately 24-26ºC. There is a well-preserved forest mangrove in the area, which grows around the primary channel and tidal creek and extends to 600 ha, in addition to Atlantic Forest remnants (Rocha et al, 2008). Endangered species, such as the seahorse, Hippocampus reidi, and the West Indian manatee, Trichechus manatus, are also found in this estuary (Mourão, Nordi, 2003).…”