Angélica Freitas é uma das poetas mais produtivas de sua geração e tem se afirmado como uma das vozes mais interessantes da poesia brasileira contem porânea. Na esteira de uma tradição da modernidade, em que a invenção e o cânone se amalgamam, os poemas de Angélica destacamse pela dicção coloquial, marcando o ingresso do cotidiano nos textos. Este artigo discute aspectos da obra da poeta gaúcha, mais especificamente alguns poemas do livro Rilke Shake em que é patente o diálogo com o cânone, estabelecido a partir de um tratamento que oscila entre o riso e a ironia.