Aleitamento materno em tempos de covid-19: uma revisão integrativa

Abstract

Objetivo: Realizar um levantamento bibliográfico em busca da associação entre a prática do aleitamento materno e a possibilidade de transmissão vertical do SARS-CoV-2. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão de literatura, do tipo integrativa e, como questão norteadora do estudo, definiu-se: “O leite humano é capaz de transmitir o SARS-CoV-2?”. Nesse sentido, no período de junho do ano de 2020, publicações científicas indexadas foram pesquisadas. Finalmente, 8 artigos foram incluídos por responderem satisfatoriamente à questão norteadora, e, portanto, compuseram o conjunto final de análise desta revisão. Resultados: 37,5% dos estudos relataram a ausência de evidências quanto a presença do SARS-COV-2 em amostras de leite materno; 12,5% reportaram sobre a não transmissibilidade do vírus de mães infectadas para seus recém-nascidos sob aleitamento materno; 12,5% demonstraram indiferença entre as taxas de infecção por COVID-19 em crianças amamentadas ou não; e por fim, 37,5% relataram, ao total, a presença do SARS-COV-2 em três amostras de leite materno colhidas em duas pacientes. Conclusões: Com base nos achados, pôde-se observar que ainda não há na literatura atual evidências consistentes que sustentem a transmissão vertical do vírus SARS-CoV-2 no período neonatal através da amamentação. No que tange as principais recomendações vigentes, nota-se que os benefícios do leite humano superam possíveis riscos de contaminação, portanto a lactação deve ser encorajada em mães infectadas com a COVID-19, desde que sejam adotadas medidas adequadas de higiene respiratória e pessoal.

Aleitamento materno durante a pandemia da COVID-19: Revisão integrativa

“…Dessa forma, atualmente não existem evidências suficientes e concretas que comprovem a transmissão do COVID-19 através de outros fluidos corporais, como no caso de mãe-filho por meio do leite materno (Gabriel, et al, 2020). Visto isso, nota-se que o conhecimento científico disponível na atualidade acerca da amamentação por mães infectadas pela COVID-19 é limitado e controverso, sendo necessário evidências consolidadas sobre tal temática (Melo, et al, 2020). Sendo assim, torna-se fundamental a realização de estudos visando avaliar os riscos de longo prazo associados com a interrupção da amamentação e a continuidade da amamentação com mães que apresentam o resultado positivo para a COVID-19.…”

Relação entre o aleitamento materno e a COVID-19: Evidenciando possíveis riscos de contaminação / Relationship between breastfeeding and COVID-19: Highlighting possible contamination risks

“…Nesse sentido, se a mulher optar por ordenhar o leite materno, todos os cuidados quanto a limpeza das bombas e utensílios da mama devem ser seguidos da mesma maneira. Além disso, se for necessário o fornecimento de leite por um banco de leite humano (BLH), os profissionais devem orientar a mãe sobre todos os cuidados de higiene que são tomados evidenciando que não há restrições quanto ao uso de leite dessas redes de BLH (DE MELO, et al, 2020).…”

Repercussões da pandemia de COVID-19 na relação das mães com o aleitamento materno

“…De acordo com Melo et al (2020), ainda não há, na literatura atual, evidências consistentes que sustentem a transmissão vertical do vírus SARS-CoV-2, no período neonatal, através da amamentação. Entretanto, algumas diretrizes nacionais e internacionais, elaboradas antes de 23 de junho de 2020, recomendam que nos casos de mãe infectada, ou com suspeita de COVID-19, o ALM e o contato pele a pele não devem ser realizados imediatamente ao nascer, mas somente após as primeiras medidas de higiene.…”

“…É válido ressaltar que a decisão final sobre realizar ou não a amamentação deve ser acordada entre a mãe e a equipe de saúde envolvida, com base no conhecimento científico disponível em cada momento e no estado de saúde da mulher e do recém-nascido, bem como afirmam Melo et al (2020). As atuais recomendações, no que diz respeito à amamentação, é a manutenção do ALM, até mesmo para as mães que apresentam suspeita ou confirmação de COVID-19.…”