Adubação da cana-de-açúcar VI - Fracionamento da dose de potássio

Abstract

Em visto da necessidade de empregar doses elevadas de potássio no cultura da cana-de-açúcar, realizou-se uma experiência preliminar, para estudar um método de aplicação mais eficiente que o usado na prática. No Estado de São Paulo, a cana é plantada em sulcos com cêrca de 25 cm de profundidade, nos quais se aplicam as doses totais de adubos em contacto com as mudas. Os sulcos são cobertos, inicialmente, com leve camada de terra; com os tratos culturais é que, aos poucos, se completa seu enchimento. Na presença de NP foram comparadas doses de 90, 180 e 270 kg/ha de K2O, empregando-se cada dose de três maneiras: a) a usual, tendo-se tomado o cuidado de separar os adubos dos toletes por pequena camada de terra; b) metade dêsse modo e metade dois meses depois, nos sulcos, que ainda se apresentavam com boa profundidade; c) um têrço no plantio, outro dois meses depois, como no caso anterior, e o restante seis e meio meses mais tarde, a uns 20 cm da linha de plantas, pois os sulcos já se achavam pràticamente aterrados. 0 efeito do potássio correspondeu a +31% com o dose menor, +60% com a intermediária e +47% com a maior. Apesar dêsse grande efeito, as diferenças entre os modos de aplicação foram pequenas e não significativas. Notou-se, porém, certa tendência para as doses maiores agirem melhor quando fracíonodas. Não é provável que o potássio aplicado no plantio tenha sofrido apreciável arrastamento paro foro do alcance das raizes. Por outro lodo, as parcelas empregadas posteriormente ficaram em camadas do solo onde as raízes se desenvolveram antes que as plantas entrassem no período de maior exigência em nutrientes. Além de reduzir, em certos solos, as perdas por lixiviação, o fracionamento de doses elevadas de potássio contribuí para evitar os efeitos danosos da excessiva concentração de sois nos sulcos de plantio. Por ter chovido antes e logo depois do plantio, êste último aspecto não pôde ser devidamente apreciado na presente experiência.

Manejo da adubação potássica na cultura da cana-de-açúcar

“…Além de favorecer a lixiviação, o K aplicado em doses elevadas e de uma única vez pode causar a salinização da região que recebe o fertilizante, podendo causar toxidez às raízes das plantas. Souza et al (2007) verificaram redução do comprimento de raízes do algodão quando o fertilizante foi aplicado ao lado das sementes, e Alvarez & Freire (1962) observaram que plantas de cana-de-açúcar que receberam doses mais elevadas de K (270 kg ha -1 de K 2 O), aplicadas de uma única vez no plantio, apresentaram sintomas atribuídos ao excesso do nutriente.…”

“…Com base na curva de calibração obtida neste trabalho, formulou-se a recomendação de adubação potássica adotada pelo Planalsucar na região Centro-Sul do Brasil, com doses de K 2 O que variavam de 0 a 200 kg ha -1 . Atualmente, a adubação potássica para o plantio da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo baseia-se nas classes de teores de K no solo e com doses que variam de 0 a 200 kg ha -1 de K 2 O, sendo o parcelamento indicado somente em solos de textura arenosa ou média (Spironello et al, 1997 Alvarez & Freire (1962), Albuquerque & Marinho (1982), Casagrande et al (1983) e Lana et al (2004), porém com cultivares mais antigos. Além disso, com o advento da colheita da cana sem despalha a fogo ("cana-crua"), a reciclagem do K da palha que permanece sobre o solo (Oliveira et al, 1999) pode diminuir a resposta da cana ao fertilizante potássico.…”

“…O fracionamento de doses elevadas de K é conveniente porque, além da possibilidade de reduzir, em certos solos, as perdas por lixiviação, contribui para evitar excessiva concentração de sais nas proximidades dos toletes (Alvarez & Freire, 1962). Esses autores comentam que o êxito do parcelamento da adubação potássica é atribuído ao fato de que boa parte do sistema radicular da cana localiza-se nas camadas superficiais do solo.…”

Contribuição dos fertilizantes para o desempenho econômico e ambiental do etanol de cana-de-açúcar

“…Além de favorecer a lixiviação, o K aplicado em doses elevadas e de uma única vez pode causar a salinização da região que recebe o fertilizante, podendo causar toxidez às raízes das plantas. Alvarez & Freire (1962) observaram que plantas de cana-de-açúcar que receberam doses mais elevadas de K (270 kg ha -1 de K2O), aplicadas de uma única vez no plantio, apresentaram sintomas atribuídos ao excesso do nutriente.…”