A saúde é um direito que deve ser assegurado e promovido pelo Estado. É preciso pensá-la de forma ampliada, principalmente quando se pensa em populações específicas. Esse é o caso dos homens trans, que são pessoas que se percebem e se constroem diferente do sexo assignado ao nascimento. Este estudo, qualitativo/exploratório, teve como objetivo conhecer as principais necessidades em saúde dos homens trans, o acesso e as suas percepções sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e assim, como essa vivencia influencia no seu bem-estar. Participaram de entrevistas individuais oito homens entre 20 e 50 anos que se identificaram enquanto trans. Utilizou-a a Análise Temática para compreensão dos dados e os principais temas emergentes foram: o desrespeito e/ou o não uso do nome social, a falta de qualificação e o preconceito dos/as profissionais da rede de atenção em saúde e, por fim, a dificuldade de acesso aos serviços e procedimentos específicos em hormonoterapia e cirurgias. Mesmo que respaldados por marcos/documentos regulatórios, algumas práticas fogem à promoção dos direitos em saúde para essas pessoas.