Achados audiológicos em portadores de zumbido subjetivo associado a DTM

Abstract

Introdução: Sintomas otológicos são frequentes em pacientes com disfunção temporomandibular, e dentre esses sintomas destaca-se a prevalência do zumbido. Na literatura destacam-se diversos estudos que comprovam essa associação, embora a avaliação audiológica e otorrinolaringológica estejam dentro dos padrões de normalidade. Apesar de muitos estudos envolvendo equipes multiprofissionais, pouco se conseguiu esclarecer a associação de sintomas auditivos e DTM. Objetivo: Investigar a saúde auditiva em portadores de zumbido associado à DTM na etapa pré-tratamentos odontológicos. Metodologia: Foram avaliados 53 pacientes das clínicas de Ortodontia e Audiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Para investigar a saúde auditiva, os participantes realizaram entrevista específica, audiometria tonal liminar convencional e altas frequências, logoaudiometria, imitanciometria e emissões otoacústicas. Resultados: O zumbido unilateral foi relatado pela maioria dos indivíduos, sendo com presença de plenitude auricular, e sem otalgia. A maioria dos sujeitos apresentou audição normal bilateralmente, seguido de perda moderada. Conclusão: Os resultados evidenciaram que a ocorrência de alterações auditivas em portadores de DTM é significativa, sendo assim, o acompanhamento audiológico deve ser indicado em portadores de DTM.

Relação entre zumbido e audiometria de altas frequências: revisão narrativa em revistas científicas brasileiras

“…Como pudemos observar, são bem poucos os estudos, publicados nas revistas selecionadas, que trabalham com a relação entre o zumbido e o uso da audiometria de altas frequências. Tivemos apenas três estudos que apresentavam em sua metodologia a condução de estudos com sujeitos que haviam queixa de zumbido e que era então colocado como procedimento o uso da AAF (Abu-Eta et al, 2021;Burle et al, 2021;Cassol et al, 2019). Research, Society and Development, v. 12, n. 1, e22712139779, 2023 (CC BY 4 • 32 pacientes apresentaram perda auditiva sensorioneural assimétrica na AAF e 28 apresentaram perda auditiva sensorioneural na AAF; • A AAF, até 20k Hz, deve ser realizada em todos os pacientes com zumbido agudo, ainda que a audiometria convencional apresente limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade.…”

“…No entanto, devido ao baixo número de artigos incluídos no estudo, este propósito não foi possível. Aliás, nenhum dos três estudos selecionados apontam em suas metodologias qual foi o padrão de normalidade à AAF (Abu-Eta et al, 2021;Burle et al, 2021;Cassol et al, 2019). Em todos os estudos selecionados, as comparações foram feitas entre grupos de estudos, seja inter-grupos ou intra-grupos.…”

“…Os três estudos selecionados foram bastante heterogêneos em relação à casuística. Um deles estudou a relação do zumbido em pacientes com DTM (Cassol et al, 2019). A literatura é vasta em enfatizar que a DTM pode causar efeitos auditivos como zumbido, plenitude auricular, otalgia e, até mesmo, perda auditiva (Edvall et al, 2019;Mota et al, 2007;Pereira et al, 2005).…”

“…Nos estudos incluídos nesta revisão, nenhum deles aponta os valores de normalidade utilizados para análise da AAF, as comparações foram realizadas inter ou intra-grupos, sem que uma normalidade fosse referenciada. No entanto, todos os três estudos descrevem os equipamentos e transdutores utilizados; entretanto, apenas um identifica o tipo de estímulo (Cassol et al, 2019). Há pouca descrição sobre a metodologia para realização da AAF.…”

“…Dois, dos três estudos, tiveram como procedimentos complementares a AAF algum exame audiológico ou aplicação de questionário (Burle et al, 2021;Cassol et al, 2019). O uso das emissões otoacústicas, acufenometria, questionários, escala visual analógica e testes de processamento, vão de encontro aos estudos realizados com pacientes com zumbido e contribuem positivamente para a avaliação e acompanhamento destes pacientes (Branco-Barreiro et al, 2015).…”