Em regiões semiáridas, o déficit hídrico é um fator que limita o estabelecimento das plântulas, as quais necessitam de estruturas morfoanatômicas mais eficientes. As Rizobactérias Promotoras do Crescimento de Plantas (RPCPs) promovem uma melhor performance em plantas cultivadas, entretanto, os registros são escassos para espécies nativas do semiárido. Objetivou-se avaliar as variações anatômicas de folhas de quatro espécies de plantas jovens de mata ripária da caatinga inoculadas com Azospirillum lipoferum cultivadas sob diferentes níveis de déficit hídrico. O experimento foi conduzido em viveiro coberto com sombrite 70%. Foram postas para germinar 240 sementes de cada espécie (Triplaris gardneriana, Handroanthus impetiginosus, Licania rigida e Myracrodruon urundeuva), sendo metade das sementes inoculadas com a cepa de Azospirillum lipoferum (BR-11080). Três níveis de irrigação foram adotados: 25, 50 e 100% da Evapotranspiração de Referência (ET0). Após três meses foi coletada uma folha de cada indivíduo para caracterização anatômica. A. lipoferum conferiu um maior espessamento do mesofilo foliar (0,65 a 57%), epiderme (50 a 95%), parênquima clorofiliano (40 a 80%) e espessura da parede do xilema (63%), especialmente nos tratamentos de maior estresse (25 e 50% da ET0). Verificou-se deposição dos componentes bioquímicos especialmente nas plantas com inóculo, nos tratamentos de maior estresse. Estes resultados mostram que as RPCPs conferem mudanças nas estruturas anatômicas de plantas jovens do semiárido, tornando-as mais tolerantes ao déficit hídrico e, portanto, apresentando forte potencial para uso em reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.