Abuso digital ou prova de amor? O uso de aplicativos de controle/monitoramento nos relacionamentos afetivo-sexuais

Abstract

Na cultura digital, há um embaralhamento entre as fronteiras do público e do privado, e nos convida a sermos, ao mesmo tempo, controladores e controlados. Este artigo analisou as produções discursivas sobre controle e monitoramento do parceiro veiculadas nas ferramentas digitais ofertadas pelos sistemas Android e iOS, disponíveis nos aplicativos de telefonia móvel. Adotamos a análise do discurso crítico para o exame e interpretação das enunciações textuais de quarenta aplicativos dos sistemas Android e iOS destinados ao controle de parceiros. Identificamos dois blocos com distintos sentidos discursivos não excludentes: controle/monitoramento e cuidado/proteção. A força enunciativa dos textos tem como base uma promessa de controle total e irrestrito com o propósito de assegurar a “paz de espírito”, “segurança” e “harmonia” no relacionamento íntimo. Invocando para tal, argumentos retóricos que remetem à “prova de amor”, “cuidado” e “proteção” como justificativas para o controle/monitoramento do outro.

Design and Validation of the Scale TDV-VP Teen Dating Violence: Victimisation and Perpetration [Violencia en Parejas Adolescentes: Victimización y Perpetración] for Spanish Speakers

“…In this space, new forms of violence known as cyberbullying or e-violence [ 4 ] occur, as reflected in the definition of TDV by the Centers for Disease Control and Prevention [ 8 ]. This new digital field recognises abuse, humiliation, insults, threats, control, and isolation, among others, which can be exercised in the relational framework of a teenage couple [ 9 ]. Furthermore, the types of psychological violence are predictors of future physical violence [ 10 ] and, it has been shown that psychological aggressions usually occur in the initial moments of the relationship in young couples [ 11 ].…”

Relacionamentos abusivos à luz da terapia dos esquemas: uma revisão sistemática

“…Para além da violência no mundo real a temos também presente nas plataformas online e em aplicativos de relacionamento, no qual o parceiro apresenta atitudes tóxicas que vão desde humilhar, insultar, divulgar conteúdo privado das parceiras, ameaçar, como também provocar isolamento e controle sobre o outro (Flach & Deslandes, 2019;. Em estudo com 1113 participantes Maftei e Dănilă (2021), confirmam que o desengajamento moral social está ligado aos altos níveis de perpetração da violência contra os parceiros e o mais grave é que cerca de 13,7% a 23% dos participantes em todos grupos analisados afirmaram que o contexto pandêmico contribuiu para aumentar a frequência dos comportamentos violentos dos parceiros.…”

Technology as Both a Facilitator of and Response to Youth Intimate Partner Violence: Perspectives from Advocates in the Global-South

“…Gender inequality is a central focus of feminist research methodology. Considerable research suggests that heterosexual IPV is gendered, with women disproportionately represented as victim/survivors and men as perpetrators (Bancroft, 2002;Fitz-Gibbon, Walklate, McCulloch, & Maher, 2018). Research suggesting symmetry between the sexes in youth IPV (e.g., Strauss, 2004;Wolfe et al, 2001) has been criticized for using methods that fail to capture the violent context, dynamics of power and control, and acts of self-defense typically present in IPV (DeKeseredy & Schwartz, 1998;Dobash & Dobash, 1995), and for failing to take into account youth experiences with IPV (Daff et al, 2018;Minayo, Assis, & Njaine, 2011).…”