“…Essa a-temporalidade ou hiper-temporalidade transparece no fato do livro começar e encerrar com seis travessões, indicando circularidade, mas também interrupção, suspensão do curso normal do tempo e do mundo, um intervalo, e ainda algo em andamento (que a frase que segue os travessões inicie com uma minúscula e esteja no gerúndio e se repita -"estou procurando, estou procurando" -reforça este caráter em ato da narrativa e sua temporalidade). 401 "Suspensão do curso normal do tempo e do mundo": eis o que a paixão oferece à G.H. no momento em que ocorre essa experiênciaaspecto, esse, que pode ser evidenciado aos poucos na narrativa: a partir da entrada no quarto e da visão do desenho hieroglífico, préhistórico de Janair; seguido do encontro com o inseto ancestral, a barata; por fim, com a trajetória do imago mundi pós-ingestão da massa branca da sevandija, entrando de fato na experiência da paixão, no agora, tentando alcançar sua própria tragédia, o núcleo de si mesma e de sua vida.…”