A Universidade do Minho em tempos de pandemia: Tomo I: Reflexões

Abstract

Nesta obra reúnem-se cerca de meia centena de textos que retratam, a partir de diferente experiências, perspetivas e olhares disciplinares, a forma como a pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 foi sentida na Universidade do Minho, a primeira universidade portuguesa a ser atingida pelos seus efeitos, a partir de 7 de março de 2020. Os contributos aqui reunidos exprimem o modo como a comunidade académica se organizou para garantir o funcionamento da instituição e o cumprimento da sua missão, quer no âmbito do ensino, quer da investigação e da inovação, não dispensando uma necessária reflexão crítica sobre a nova realidade que se afirmou com a pandemia, o seu significado e os impactos da mesma na sociedade. Dado o elevado número e a diversidade dos contributos, a obra organiza-se em três volumes, que tentam dar resposta a três possíveis interrogações. Assim, o 1º volume, com o subtítulo de ‘Reflexões’, procura equacionar diferentes perspetivas em torno da questão: Mas o que é isto? Já o 2º volume, que recebe o subtítulo de ‘(Re)Ações’, corporiza um conjunto de textos que reflete as atuações em diferentes áreas da dimensão académica, elucidando quanto ao modo: Como reagimos? Finalmente, o 3º volume, que acusa o subtítulo de ‘Projeções’, dá expressão a uma inevitável pergunta: E agora? Pois, afinal, todos sabemos que isto não vai, nem pode, ficar tudo bem.

Políticas linguísticas e políticas de formação de professores em Timor-Leste

“…Assim, a função do Instituto era dupla: capacitação em exercício e, também para muitos, contínua (Gusmão, 2010). Na opinião de Martins (2011), o ME adiantou a definição do processo de elaboração do sistema legal enquadrador do sistema educativo, pois o curso de profissionalização em serviço foi elaborado e implementado em 2004, tendo a Lei de Bases da Educação sido aprovada pelo Parlamento Nacional só em 2008. Já com estas leis aprovadas o Ministério da Educação define: será organizado um sistema de profissionalização em exercício para os docentes devidamente habilitados atualmente em exercício ou que venham a ingressar no ensino, de modo a garantirlhes uma formação profissional equivalente à ministrada nas instituições de formação inicial para os respectivos níveis de ensino (Timor- Leste, 2008, p. 265).…”

“…Para aqueles sem formação inicial, posteriormente foi criado o bacharelato de emergência e tratava-se de um misto entre capacitação linguística, pedagógica e técnica inicial, mas em exercício (Martins, 2011;Lunardi, 2014). Finalmente, durante a gestão de João Câncio, foi elaborada a Lei de Bases da Educação e criado o INFORDEPE -Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação de Timor-Leste -, para dar continuidade ao Bacharelato, à formação contínua (linguística, pedagógica) de professores graduados, mas também colaborar com a formação inicial de jovens não docentes.…”

“…Isto porque os programas de formação que se enquadram num determinado modelo, são suportados por um conjunto de pressupostos comuns que diferenciam os objetivos prosseguidos em função de cada modelo de formação. Atualmente, na maior parte do mundo, nenhum dos modelos aparece isolado nas formações de professores e os modelos híbridos predominam (Martins, 2011). Assim, mais uma vez utilizando a base teórica deste trabalho, analisaram-se os objetivos da Formação de Professores do Ensino Básico do Regime de Contrato.…”

“…Finalmente em relação à investigação sobre formação docente em Timor-Leste de outros pesquisadores (Carvalho, 2007;Gusmão, 2010;Martins, 2011;Jerónimo, 2011;Silva, 2011;Lunardi, 2014;Ribeiro, 2015) pode-se afirmar que o modelo e o paradigma predominante em Timor-Leste sempre foi o da eficiência social ou comportamentalista, pois valoriza a dimensão tecnicista do ensino. As diferentes formações sempre privilegiaram um conjunto de técnicas que o professor deve adquirir e aplicar no processo de ensino e aprendizagem dos alunos e o desempenho do professor é medido pelo domínio destas técnicas.…”

Escritura Colaborativa, Interacción Y Mediación Pedagógica en La Alfabetización

“…Pedro apresentava uma hipótese silábica com uso predominante de vogais; ao se deparar com a escrita da palavra GRAVATA, hesita e, na última sílaba, insere uma letra sem pertinência sonora, produzindo a seguinte escrita inventada: AAI. Entretanto, aceita a escrita O Programa de Escrita Inventada, desenvolvido pioneiramente por Margarida Alves Martins (1987Martins ( ,2009Martins ( , 2014, do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA) em Lisboa, baseia-se na seguinte premissa é certo que a criança não se pode apropriar sozinha, de uma forma espontânea, de um objecto cultural tão complexo como é a escrita, não é, no entanto, possível desprezar o papel activo que desde muito cedo, antes da entrada para a escola, desempenha na apropriação desse saber; essa apropriação passa por uma reconstrução própria e criativa e não apenas pela imitação de modelos adultos impostos do exterior (ALVES MARTINS & MENDES, 1987, p.499).…”